Capítulo 11

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Pov Jamie

Ficamos durante pelo menos três horas tentando abaixar a temperatura corporal de Elisa. Entre compressas e remédios e por fim conseguimos estabilizar. Ela ficou durante minutos chamando o pai e isso acabou comigo. Ela realmente estava com saudade daquele maldito. O pior é que isso está afetando a sua saúde e não há nada que podemos fazer por enquanto.

Febre emocional é algo complicado, pois na maioria das vezes ela só passa quando o motivo do emocional estar abalado acaba. Infelizmente a saudade do pai não irá passar agora, pois espero que não vejamos Eric por muito tempo. O problema é que quem mais sofre nessa situação é a Elisa.

Porra! Isso está me fodendo.

Ver Elisa delirando me deixou péssimo. Eu fiquei perdido e sem saber o que fazer. Estava apavorado achando que teríamos que levar ela ao hospital, mas no fim deu tudo certo. Dakota ficou mal, estava até tentando esconder que estava chorando.

No final eu estava cansado pra caralho e morrendo de fome. Já estava na hora do jantar. Deixei Dakota com Elisa e fui para a cozinha tentar fazer alguma coisa para comermos. Essa também era uma forma de tentar manter minha mente sã e desviar da preocupação que eu estava sentindo em relação a Elisa.

Ainda tinha verduras e legumes. Preparei rapidamente uma salada e grelhei alguns pedaços de frango. Em uma hora tudo estava pronto.

Subi de volta e chamei Dakota para comer, ela relutou, porém a lembrei que já bastava Elisa ficar doente, a mãe precisava estar bem. Ela assentiu e desceu comigo.

Dava pra ver o quão abalada ela ficou pelo estado em que sua filha estava. Seus olhos estavam vermelhos e inchados. Elisa é uma criança tão agitada e ver ela naquele estado não foi algo fácil.

— Acha que vamos precisar levar ela no médico? — Pergunto.

— Eu espero que não. — Sua voz sai trêmula. — Meu anjinho não é de ficar doente desse jeito. Eu sabia que ela sentiria falta do pai, só não sabia que ela chegaria a ficar doente por isso.

— Ela fala do pai o tempo todo. Sempre me pergunta se eu sei quando que ele virá.

— Eles sempre foram muito unidos. Elisa era a maior paixão de Eric e ter arrancado ela assim do nada de perto dele está fazendo ela ficar mal. Ela ainda é pequena e não entende as coisas e mesmo que eu queira explicar, ela não vai entender. Não sei mais o que fazer para que ela fique bem.

— Sinceramente, nem eu. Essas febres assim são complicadas e a saudade é ainda pior. Ela não pode falar com o pai nem por telefone e fazer ela entender isso vai ser algo muito complicado. — E o impasse está aí dando o ar de sua graça.

Crianças são seres emocionalmente frágeis. Uma coisa é você dizer a uma criança que alguém morreu e foi pro céu, por mais triste que ela fique, ela vai entender que nunca mais verá aquela pessoa. Mas como você explica que o pai que ela tanto ama é um bandido perigoso e que ela e a mãe não podem ver o pai porque ele pode lhes causar mal. É algo muito complicado. Se para um adulto entender já é, imagina para uma criança pequena como Elisa.

Um silêncio incômodo toma conta de nós dois.

A preocupação com a princesinha é grande, no entanto eu preciso tirar a história de bandido a limpo. Não estou aguentando mais esperar. Tenho que entender porque Dakota me acusou de ser um bandido.

— Dakota quanto ao que você disse mais cedo, eu...

— Olha... — Ela me interrompeu. — Eu agradeço por você ter me ajudado a cuidar da minha filha, mas eu não quero conversar com você. Eu não estou bem. Você me tira do sério e nesse momento eu não preciso disso. Eu só quero comer e ir dormir ao lado do meu anjinho. — Sua voz sai trêmula.

Obstinada Paixão (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora