Ando e me disfarço.
Pra que ela não me veja...
Descalço
para ela não seguir sequer meus passos.Eu passo,
onde o sol nasce,
e também, aonde ele é escasso.
Sempre descalço.Eu engasgo.
Sobre as coisas do mundo.
Do câncer mais superficial
até o fundo.Sou mudo.
Sobre as coisas,
do podre ao imundo,
até o mais resoluto absurdo.Os dias iguais,
os papéis amassados,
sobre a estirpe sagaz
da caneta esferográfica.Do destino,
desatino
que bate em ferro, agora
é o miúdo sino, da igreja.
Missa do arrependimento,
doce e disfarçado lamento.
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Uivo Cerol
PoetryPublicado originalmente em 2016, se trata de uma coletânea de poesias de caráter autobiográfico contendo essencialmente as observações metafóricas de um jovem poeta. "O sintoma do amor: dor. Como um cardume de piranhas, em pleno sangue fresco, em pl...