Odeio páginas brancas.
São nelas na verdade
que minha palavra canta.
E em qual pedaço eu me perco?
Ah, meu Deus, são tantas!
Percorre e escorre
palavra por palavra,
num sacode.
Desajeitadas
tímidas,
ofuscadas.
Pela vontade,
desaceleradas
de escada em escada,
um boa jogada:
está marcada.
Rabiscos por rabiscos,
cômodos, sinceros
mal vistos.
Poesia e sinergia,
rimas de aquecimento,
esquecimento.
Versos de alegria.
E agora, que aqui se acaba
sento-me na cadeira espaçada
entre a miséria
e a desgraça.Da monotonia,
da coisa comum
do dia-a-dia.
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Uivo Cerol
PoetryPublicado originalmente em 2016, se trata de uma coletânea de poesias de caráter autobiográfico contendo essencialmente as observações metafóricas de um jovem poeta. "O sintoma do amor: dor. Como um cardume de piranhas, em pleno sangue fresco, em pl...