Celulares.
São antenas
da incerteza.
Úteis,
porém moram na frieza.
Dominam o usuário.
Fazem dele a sua presa.
Eles esquecem o mundo
e se apegam a leveza
do uso eficaz,
daquela beleza
mecânica e singular.Celular.
Mente sem lar.
Se usa para não falar.É difícil conversar
com alguém
que ouve e
mesmo assim
não quer falar.
Tem outra coisa,
mais importante
para sua atenção voltar.Celular.
Célula a selar.
Século a voltar.Talvez mesmo com isso
me apego ao feitiço
dos inúmeros aplicativos
dos quais eu posso usar.
Com ele tudo é mais fácil,
se eu não gosto
passo para o lado
não há com o que se preocupar.
Exceto a bateria.
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Uivo Cerol
PoetryPublicado originalmente em 2016, se trata de uma coletânea de poesias de caráter autobiográfico contendo essencialmente as observações metafóricas de um jovem poeta. "O sintoma do amor: dor. Como um cardume de piranhas, em pleno sangue fresco, em pl...