Os celulares

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Celulares.
                     São antenas
                                               da incerteza.
Úteis,
porém moram na frieza.
Dominam o usuário.
Fazem dele a sua presa.
Eles esquecem o mundo
e se apegam a leveza
do uso eficaz,
daquela beleza
mecânica e singular.

Celular.
                Mente sem lar.
                                              Se usa para não falar.

É difícil conversar
com alguém
que ouve e
mesmo assim
não quer falar.
Tem outra coisa,
mais importante
para sua atenção voltar.

Celular.
                Célula a selar.
                                             Século a voltar.

Talvez mesmo com isso
me apego ao feitiço
dos inúmeros aplicativos
dos quais eu posso usar.
Com ele tudo é mais fácil,
se eu não gosto
passo para o lado
não há com o que se preocupar.
Exceto a bateria.


Uivo CerolOnde histórias criam vida. Descubra agora