Das vezes que me senti só

1 0 0
                                    

As gotas irregulares de chuva,
ainda presas nos varais de roupas,
são tão poucas as chances
de fugir dessa realidade louca.

Os muros inacabados de tijolos,
se complementam com os matos que rodeiam.
Parecem ser mãos nos ombros, amigas
de uma forma que devaneiam.

Os olhos, irrigados pela desnatureza,
desnaturada pela incompreensão,
são rudes marcas de uma pessoa
amargurada pela solidão.

O canto dos pássaros, mudo,
não conta mais a falsa alegria
em que me encontrava
e assim me esquecia.

As formigas, incessantes,
tem vários objetivos.
Extravagante feitio,
mas as observando
me sinto um pouco mais vivo.

Uivo CerolOnde histórias criam vida. Descubra agora