• 𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 28 •

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Quando a Naty levantou pra ir jogar, eu fiquei ali com a amiga dela

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Quando a Naty levantou pra ir jogar, eu fiquei ali com a amiga dela. A morena baixinha começou a xingar ela até a Naty entrar no campo. Elas tinham uma intimidade do caramba, certeza que se conhecem há muito tempo, talvez tenham tido alguma coisa, não sei.

Nesse mês, eu tenho encontrado muito a Naty. Às vezes, quando eu estou andando na rua, ela me para e a gente fica conversando de bobeira. Teve uma vez que eu não estava fazendo nada e fui pra praça. Ela estava lá com aquele nojento do MK, e quando me viu, mandou ele ir fazer alguma coisa pra ela e me chamou pra ir comer um lanche. Eu fui, como se não tivesse recurso pra comida.

— Olha só, gata, só vou te dizer uma coisa — ela apontou o dedo pra mim e disse séria. Quase revirei os olhos, mais uma surtada? — Tu fica longe do que é meu, hein? A Naty é minha, ela me ama.

— Olha garota, eu não tenho nada com ela, tá? Se vocês duas têm alguma coisa, o problema não é meu. Se ela vai me procurar, eu não dou obrigada a ficar escutando surto de pessoa que eu nem conheço, então dá licença — ia levantar, mas ela segurou minha mão.

— Caralho, gata, gostei de tu, porra — ela riu e eu fiquei boiando. — Relaxa, eu só tava te gastando. Graças a Deus que eu não sou assim. Senta aí, pô, só tava brincando contigo.

— Acreditei mesmo, tá? — ela riu e tomou um gole da cerveja dela. Eu sentei no meu lugar e ela deixou o copo vazio em cima da mesa e me olhou também.

— Então, conhece a Naty de onde? Não é por nada não, mas eu conheço todas as meninas que ela fica, ela me conta tudo, sabe? — concordei. — Ela não me falou de você, não.

— A gente não tem nada, eu trabalho na casa da Jô, foi lá que a gente se conheceu — ela concordou.

— Saquei, eu conheço ela desde pequena, sabe? A gente tem uma amizade do caramba, ela sempre tá cuidando de mim, acho isso incrível na Naty. — Concordei. — Ela é metida, viu? Sabe que é gostosa e fica se gabando por isso, auto-estima altinha a dela — ri.

— Já tinha percebido isso nela. A cara séria também, acho que nunca vi um sorriso daquela mulher — ela riu, negando com a cabeça.

— Ah, ela é assim porque sempre está mal-humorada, mas com quem ela tem uma intimidade, ela se solta mais, faz piada, fica gastando, irritando, sabe? Ela é chatinha mesmo. Ela diz que tem que manter a pose de bandida dela — ri.

Enquanto a gente conversava, o jogo tava rolando. A Naty tinha feito um gol e o povo todo gritou. Achei graça na comemoração dela com o amigo dela, o tal pipoca. Os dois fizeram uma dancinha daquela música lá que atazana a cabeça. Tavam curtindo.

A Rebeca é super gente boa, curti muito o papo que eu tive com ela. A gente se conheceu até, éramos bem parecidas até, tanto em gosto pra roupa, comida, uma pessoa maravilhosa mesmo, adorei ela.

Eu tava de olho no jogo, enquanto tomava cerveja, a Naty tava jogando pra caramba. Ela estava com a bola no pé e ia fazer o gol, certeza. Mas aí um cara pisou no pé dela, parece, ou empurrou ela. Alguma coisa aconteceu. Ela tava no chão e os meninos foram pra cima do cara. Do nada, ela levantou e foi mancando até o cara, deu um soco nele e saiu xingando.

— Barraqueira! — dei risada, fiquei com dó dela. Saiu do campo toda mancando, com cara de dor. Ela chegou perto da gente reclamando.

— Bota o pé aqui — bati na minha coxa e ela colocou o pé em cima. Tirei a chuteira e a meia e vi que tinha ficado um pouco inchado, mas nada demais.

— Faz uma massagem aí, devagar, pô — olhei com cara de deboche pra ela e ela só fez uma carinha de dor. Comecei a passar a mão de leve pelo inchado, escutei a Rebeca rindo.

— Folgada pra caramba, viu? — as duas estavam se provocando. A Naty pegou um copo de cerveja e começou a tomar.

— Vai fazer o que hoje, Bia? — olhei pra ela. — Bora lá pra casa comigo, tu me ajuda com isso aí, pô — a Rebeca riu, levantando da cadeira.

— Vou ali um pouquinho, tá? Beijo — dei risada, negando com a cabeça. Essa menina é uma doida, cheia de graça, ela.

— Eu tenho que trabalhar, Naty. Posso ficar lá contigo até às 8 só — ela balançou a cabeça em negação. — Então eu não vou. Se eu não trabalhar, eu sou expulsa da casa, não dá.

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