PIPOCA
Sempre fui um cara tranquilo, de família, gostava de um baile ao amanhecer, mas sempre curti um lazer na laje com os coroa, churrasquinho no domingo, cerveja gelada, essa parada aí. Meu sonho é ter uma princesinha com meu nome, pô, uma mulher do meu lado pra me dar conselhos fodas, um papo visão pra mais pra frente, tá ligado? Me ajudar mesmo nas paradas, pô, mas o bagulho tá foda.
Desde pequeno eu gosto de correr atrás das minhas paradas; quando eu era pivete, pra comprar pipa, eu vivia subindo esse morro e nos becos, catando as latinhas que eu via. Tinha um tio que comprava, tá ligado? Eu ganhava uns dezão dele e gastava tudo com pipa e bala, era foda. A Naty me acompanhava direto, porra, essa mulher me dava problema pra caralho.
Nós dois andávamos sempre juntos; no colégio, ninguém podia com nós não, pô, geral tinha medo, só pela Naty, saca? Eu era mais de boa. Essa filha da puta dava risada quando os meninos saíam chorando, pô, todo fudido, parecia maluca. Hoje em dia ela é mesmo, cuzona!
A Naty é foda, brava pra caralho, apesar desse jeito estourado dela, a mina tem uma cabeça pra pensar fodida. Fico com uma responsabilidade do caralho quando o tio fica privado; assumiu o bagulho de frente mesmo, não correu, e fez tudo certinho. Tenho orgulho de falar que eu tava com ela desde o começo, que nós trampos juntos pra deixar a comunidade melhor, morador sossegado. Foi foda no começo porque tinha muito pau no cu de fora que subia o morrão pra tentar tomar, só por achar que tava mais fácil porque uma mulher tava no comando. Tomaram tudo no cu; a Naty ganhou um respeito pra caralho nessa época.
O tio ficou todo orgulhoso também. A Naty representou e representa até hoje, papo reto mesmo.
Nós somos diferentes pra caralho, mas tem umas paradas parecidas em relação a relacionamento, principalmente. Antes, nós nunca demos certo com ninguém; ela na putaria dela afugentava as minas que queriam um bagulho sério, e eu na lerdeza de construir família, as minas só queriam uma noite. Aí era foda, porra!
Agora ela tá enrolada com essa Bianca aí; pelo jeito, vai dar bom o negócio. Mas eu conheço a Naty, dessa mina ela não fugiu; tá esperando pra ver no que vai dar. Tão perdendo pra caralho e isso é porque ela tá incomodada com alguma coisa. Conheço essa puta, pô, peixe do caralho.
Eu tô com a Liliane há um ano. Achei que ela era a mina que eu tava procurando, mas por esse tempo aí eu tô desgostando. Foda pra caralho tu chegar em casa e só ter briga, discussão, batendo um no outro, na moral, minha casa tá um inferno desde que ela foi morar comigo. Nem dormindo direto eu tô.
Mas eu fico meio assim de terminar, porque ela foi expulsa de casa. A mãe dela é da igreja e, quando soube que ela tava comigo, mandou embora. Falo na minha cara que agora quem tinha que sustentar era eu. Eu achei que ela tava de caô, que quando surgisse a oportunidade, a Lili ia trampar também; foi nada, pô! Saiu da escola e disse que não queria mais estudar, trabalhar, que eu era o homem dela e tinha que pagar tudo, enquanto ela tava em casa cuidando das coisas. Eu nem falei nada, pô, na moral mesmo, ela que quis assim.
Mas eu tô de saco cheio já; vou ver de deixar um barraco no nome dela. Apesar de tudo, sei que a mãe dela expulsou ela de casa por culpa minha, então vou deixar ela no conforto e só. O resto, ela que corre atrás e busca crescer; eu tô ajudando ainda.
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Pique Bandida
Novela Juvenil📍Morro Tijuca - Rio de janeiro Comando Rio de Janeiro Bianca é carinhosa Naty é fechada Bianca não gosta de violência Naty é agressiva Bianca é prostituta Naty é traficante Bianca quer alguém que cuida dela Naty mata e morre por ela Início:...