• 𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 25 •

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[1 semana atrás]

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[1 semana atrás]

Eu tinha acordado toda dolorida, meu corpo inteiro ardia e doía, minha cabeça estava explodindo de tanto que eu chorei; acho que dormi nem meia hora. Fiz uma força para levantar da cama e fui até o banheiro. No espelho, eu já vi meu rosto meio vermelho por causa do tapa, e o cabelo bagunçado; porra, eu estava horrível.

Tomei um banho e nem sei por quanto tempo eu fiquei embaixo da água. Saí do banheiro com uma toalha no corpo, parei no espelho grande que ficava na parede e olhei para o meu corpo. Minha coxa estava com várias manchas roxas, minha bunda estava vermelha, com a marca da mão dele em vários lugares; até nas minhas costas tinham alguns locais vermelhos.

Chorei de novo e sentei na cama; fiquei ali por mais vinte minutos, só lembrando de ontem, dessa merda que virou a minha vida por uma escolha minha, virou tudo um inferno.

Escutei baterem na porta. Antes de mandar entrar, eu me cobri com a coberta. A Larissa entrou com um sorriso no rosto e, quando me viu, ficou muito preocupada na hora.

— Que foi, amiga? — Larissa sentou ao meu lado e passou a mão no meu cabelo, colocando-o atrás da orelha — O que aconteceu? 

— O Fernando —  nem consegui falar direito e já comecei a chorar de novo. Ela me abraçou e eu deitei a cabeça em seu peito — Ele chegou aqui, e eu estava muito cansada e não queria — dei uma pausa, engolindo o choro — ele me estuprou, Larissa, aquele filha da puta.

— Meu Deus, amiga — ela me abraçou mais forte — eu estou aqui com você, tá bom?

—:Ele disse que pagou para me comer, eu não podia negar — respirei fundo — é assim que funciona mesmo, Larissa? Só porque a gente é prostituta, tudo tem que ser no tempo deles, como eles querem? A culpa é nossa?

— Claro que não, amiga — ela segurou meu rosto e me fez olhar para ela — Claro que não é; a culpa não é sua. Pelo amor de Deus, não pensa assim; é ele que é um desgraçado filho da puta, você não tem culpa.

— Obrigada, Larissa — abracei-a de novo e ela me abraçou mais forte — Será que eu conto para alguém? 

— Claro, vamos falar com a Jô; as meninas estão todas na piscina agora, vamos lá no quarto dela — concordei, ela se levantou primeiro e depois eu me levantei. Vesti um moletom grande e uma calcinha, segurei na mão dela e a gente foi falar com a Jô.

Batemos na porta umas três vezes e ela mandou entrar.

— Bianca, por que você não desceu ontem à noite? Eu já falei para você que se você não trabalhar eu vou te pôr para fora. Último aviso que eu te dou; te trouxe aqui para trabalhar, você sabe.

— Jô, ela tem um bom motivo; deixa ela falar primeiro o que aconteceu, isso é pesado demais, porra — a Jô cruzou os braços e ficou me olhando. Eu respirei fundo e comecei a contar tudo para ela; estava chorando demais e, às vezes, demorava um pouco para terminar. A reação dela não foi nem um pouquinho perto do que eu esperava.

— Olha, Bia, eu sei que isso é muito foda; a gente fica se sentindo um lixo, mas a gente não pode fazer nada. Eu já passei por isso muitas vezes; fui na polícia e eles não fizeram nada, porque para eles eu sou uma prostituta tentando só foder com o cara, querendo o dinheiro dele. Para traficante, é a mesma coisa; você acha que eles vão acreditar na sua palavra ou na palavra de um parceiro que está fazendo os mesmos corres que eles? — abaixei a cabeça — Você é muito nova; vai ter que ser forte para aguentar muita barra nessa vida — ela segurou meu rosto e limpou minha lágrima — Vou te dar uma semana; faça o que você quiser e depois você volta. Eu vou falar com o Fernando também.

— Tudo bem, Jô. Eu entendi; eu só não quero mais ter que fazer nada com ele. Eu tenho medo e nojo daquele cara — ela concordou com a cabeça e eu saí do quarto dela com a Larissa. Tudo que ela disse ficou na minha cabeça. Era para deixar isso de lado e fingir que nada aconteceu.

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