• 𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 17 •

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Hoje era dia de baile, uma semana trabalhando, pra chegar no sábado e ficar em casa? Eu estava super querendo isso, ficar na minha cama de boa, só curtindo um filme, mas aí vem a Larissa e praticamente me obriga a colocar uma roupa pra ir no baile...

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Hoje era dia de baile, uma semana trabalhando, pra chegar no sábado e ficar em casa? Eu estava super querendo isso, ficar na minha cama de boa, só curtindo um filme, mas aí vem a Larissa e praticamente me obriga a colocar uma roupa pra ir no baile com ela.

Juro, às 00h10 ela estava me mandando colocar roupa, porque a Jô pediu pra gente ficar arrumadinha, foi o que ela disse pra mim, mas não era nada disso não. Eu fui lá, tomei um banho, coloquei uma sainha preta e um cropped branco que tinha, fiquei toda cheirosa, com maquiagem, achando que era alguma coisa importante, não.

A filha da puta me colocou dentro de um carro e me trouxe pro baile. Fui leiga, verdade, nunca que a Jô ia fazer alguma coisa legal e gastar dinheiro com a gente não, mas agora já foi, tô aqui e tô amando.

A animação do povo contagia, impressionante. Tô bebendo uísque com Red Bull e gelado de coco, dançando pra caralho, me acabando, não ligando pra porra nenhuma.

Empinei a bunda, rebolei e tremi a bunda pra caralho. a estava do meu lado fazendo a mesma coisa que eu, tava incrível, ela deu tapa na minha bunda rindo e olhando pra ela.

— Puta do caralho, achei que tu era paradona, porra, olha esse movimento — Larissa grita, parei de dançar rindo muito com ela — rebola pra caralho.

— Tô passando vergonha, não amiga? — ela negou com a cabeça.

— As fiéis que não param de querer imitar nós que estamos passando vergonha, Bianca — ela falou pertinho do meu ouvido e eu neguei com a cabeça - o povo não sabe curtir, né?

— Fazer o quê? — dei de ombro e bebi um gole do meu copo. Começou a tocar aquela música que gruda na cabeça que, olha, é um inferno.

🎶 Não que eu vá, mas onde é hoje?  Festinha clandestina  Whisky, baseado, pepeca, várias novinhas  Ahn, nós mantemos, nós é malvadão

Eu vou colocando e tu na movimentação 
Movimenta, movimenta  Movimenta, movimenta  Movimenta, movimenta  Chamo teu vulgo malvadão  Mete com força e mete com força  Mete, mete, mete com força (escama, vai!)  Chamo teu vulgo malvadão 🎶

De longe eu vi a Naty com uma morena baixinha na frente dela. Ela estava fazendo o passinho da música, levantou um pouco a camiseta e começou a mexer a cintura. A filha da mãe fazia certinho, até me tremi. A menina na frente dela batia palma enquanto estava rindo e depois abraçou ela pela cintura e deu um selinho nela. Escutei a Larissa me chamando e olhei pra ela.

— Vamo, gata, bora dançar, fica bêbada? — concordei, continuei rebolando com ela no ritmo da música. Ela, do meu lado, falando pra gente rebolar na mesma sincronia, ficava lindo. Eu tomava a bebida e jogava meu cabelo pro lado, aproveitando muito o baile.

Me arrependi de ter esperado tanto pra vir curtir isso aqui. Tô há quase quatro meses e é o primeiro baile de favela que eu venho. Tô gostando muito, me acabando de verdade, apesar das olhadas que nós recebemos, só por tá rebolando bonito. É chato isso, mas não fiquei desanimada, não.

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