Capítulo 3

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Helena e Christian passam o restante da tarde ajustando o roteiro, refazendo algumas reservas. 

- Terminamos – anuncia Christian, fechando o notebook.

- Sim. Eu nem acredito que conseguimos cancelar e refazer todas as reservas – fala Helena animada.

- Já são 8 horas da noite, que tal um barzinho para relaxar? - sugere Christian, observando o movimento do local.

- Topo. Mas não podemos exagerar, amanhã passaremos o dia em Laguna Del Apoyo – diz Helena se levantando.

- Anahí – chama Christian e a morena encara o amigo – Vamos para um barzinho?

- Vamos! – responde se animando.

Os quatros passeiam pela rua principal de Granada, e acabam parando em um bar, onde havia cadeiras de madeira espalhadas pelas calçadas e um DJ, que tocava um mix de ritmos.

- O povo brasileiro é um povo único – constata Anahí, observando as demais mesas – Essa gente é muito contida.

- Ano passado fomos para Cartagena e San Andres – fala Helena – O povo é mais animado que os nicaraguenses.

- Vocês sempre viajam? – pergunta Anahí, tomando um gole de cerveja.

- Sempre – responde Alfonso, tomando a iniciativa - Sempre viajamos em trio, mas esse ano a Isadora resolveu ir para Paris com a namorada. Desde a adolescência viajamos pelos menos 2 vezes ao ano.

- Nossa família sempre passa as festas de final de ano nos EUA, mas sinceramente estou doida para que essa tradição termine. Eu não aguento mais os EUA – fala Helena provando um petisco local, chamado Patacones, que era uma mistura de banana verde à milanesa, com queijo.

- Eu também – concorda Alfonso rindo - Se eu passar mais um Natal em Nova York, fazendo compras com a mamãe, eu nem sei o que faço.

- Eu adoro Nova York – fala Anahí animada – Mas não iria todo ano para isso – constata, dando razão aos novos companheiros de viagem – Lá em casa somos mais tradicionais. Toda a família se reúne na casa dos meus avós paternos, mas confesso que desde a morte da minha vó materna, as coisas já não são mais iguais – fala com certa melancolia.

- Ano novo é de lei passar na casa da Anahí em Angra – fala Christian cortando a amiga, sabia o quanto a morte de dona Alicia ainda mexia com Anahí - As festas da família dela são famosas – ri alto – Todo ano chamam a polícia – fala divertido – É engraçado com o Sr. Puente atende a porta: "Ora, Ora Srs., estou infringindo alguma lei? Minha família está apenas se divertindo no karaokê." – imita a voz de Henrique.

- Eu até hoje não sei como não fomos expulsos daquele condomínio – ri Anahí lembrando do recente episódio em que ela e o pai atenderam a porta.

- Simples. – declara Christian – Seu pai é desembargador - dá de ombros - E seu avô foi por anos Governador do Estado.

- Sua família parece ser divertida – fala Helena, olhando para Anahí - A minha se resume em competição de status. Quem tem o melhor carro, quem fez a viagem mais cara, quem é o melhor médico da família – fala com repulsa, relembrando as reuniões da família Herrera. – Mas meus pais são mais tranquilos, então nós meio que nos isolamos do restante da família.

- Isso acontece um pouco lá em casa – comenta Anahí – Mas em festas de final de ano e carnaval, todo o status fica de lado. E a gente apenas se diverte.

4:25 A.M

O despertador do celular de Anahí toca. Ela se estica ainda deitada, e logo se levanta. Caminha delicadamente pelo quarto, em busca das suas coisas, tomando cuidado para não acordar os demais. Vai ao banheiro fazer sua higiene matinal e trocar de roupa. Ele acaba vestindo um short de lycra preto, top esportivo cinza cruzado nas costas e um tênis de corrida cinza. Amarra os cabelos em um rabo de cavalo alto, para em seguida passar protetor solar no rosto e no corpo.

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