Capítulo 45 - Parte 2

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Espírito Santo – ES

- Tem certeza de que é a garota? – indagou Gomes, vendo uma foto de Juliana, a última pessoa com quem Amanda esteve antes do desaparecimento.

- Sim, senhor - respondeu o investigador – O nome dela é Juliana Narciso, vinte anos, estudante de publicidade. Faz pequenos bicos como modelo. O pai é um empresário local, e a mãe é nutricionista. A jovem foi internada no ano passado em uma clínica, mas ainda não tive acesso ao prontuário.

- Me mantenha informado - pediu Gomes, e o homem assentiu – Preciso saber quem de fato é essa moça antes de abordá-la.

- Sim, senhor.

XX

Goiânia - GO

A Polícia Federal estourou um cativeiro na manhã dessa quarta-feira (11) libertando 28 pessoas, que eram mantidas no porão da residência, seminuas. As vítimas estavam acorrentadas pelas mãos e pés. Os policiais contaram os momentos de horror que viveram ao descobrirem duas mulheres estavam grávidas, uma delas em trabalho de parto. Os policiais relataram que as condições sanitárias do local eram precárias.  

O chefe da Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal, delegado Emerson Silva, afirmou que órgão intensificou as investigações sobre o tráfico de pessoas. Nos últimos 25 anos, a Polícia Federal investigou 2050 casos - 280 entre 2010 e 2017.

No entanto, o delegado apontou para as dificuldades no combate ao crime, por causa da vasta extensão territorial do Brasil, especialmente nas áreas de fronteira seca, e o baixo contingente policial. Silva observou que o tráfico de pessoas é praticamente "invisível". "O crime acontece nas nossas barbas e não podemos fazer nada, porque não contamos com a colaboração da vítima", lamentou.

Segundo o delegado, os obstáculos vêm sendo superados com o aprimoramento das investigações e o suporte da cooperação policial internacional, com a Interpol e adidos policiais. A Polícia Federal também interage com o Ministério Público e trabalha com a co-responsabilidade investigativa entre os países de origem e de destino do tráfico.

Vítima e aliciador

Goiás é o estado com maior número denúncias e de casos investigados, de acordo com o delegado. As vítimas são na maioria mulheres de baixa escolaridade, mães solteiras de 18 a 30 anos, com histórico de prostituição e violência doméstica.

O delegado observou que o criminoso tem como motivação a alta rentabilidade do tráfico, que oferece baixo risco e alto grau de impunidade.

As principais rotas do tráfico na região Norte vão para as Guianas e o Suriname. Nas outras regiões do Brasil, o tráfico segue para Portugal, Espanha e outros países europeus.

Destino

Silva lembrou que o Brasil também é destino de tráfico de pessoas. "Recebemos pessoas da Bolívia, do Peru e Paraguai", comentou.

O delegado observou que o tráfico de seres humanos é considerado o terceiro crime com maior rentabilidade, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o contrabando de armas.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

XX

Rio de Janeiro - RJ

- Como esses filhos da puta descobriram o cativeiro? – esbravejou o Senhor do TH.

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