Capítulo 67

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Curitiba - PR

Os casos de Covid estavam aumentando no mundo inteiro, e o número de óbitos crescia na mesma proporção. A saúde de muitos países estava colapsando. No Brasil, as pessoas reclamavam pela falta de leitos. Os hospitais de campanha não estavam dando conta do número de infectados; os números de profissionais e de respiradores não eram suficientes. O Ministério da Saúde, que já havia decretado estado de calamidade pública, agora fazia um apelo para profissionais da área da saúde para atuarem na linha de frente.

Pessoas do mundo inteiro clamavam por uma vacina, todos queriam o mesmo: a liberdade que lhes foi arrancada pela Covid-19.

Duas das principais indústrias farmacêuticas do mundo, já estavam na fase final dos ensaios clínicos dos imunizantes. No Brasil, pesquisadores do país inteiro avançavam nas pesquisas. Todos queriam encontrar a cura, e de quebra lucrar somas obscenas com a venda do imunizante. Sofia estava acompanhando de perto os avanços da sua equipe de cientistas. Os testes clínicos estavam sendo satisfatórios. Não conseguiram criar uma vacina que impedisse que o vírus fosse contraído, mas estavam obtendo resultados impressionantes quanto a letalidade. Talvez essa fosse a resposta: ao invés da cura, uma redução no número de hospitalizações e óbitos. Restava saber se o imunizante CORV-1R2 seria aprovado pela ANVISA.

 Anahí estava sozinha com Heitor. A morena conseguia se virar bem com o filho de três meses.

Naquele dia em especial, a Procuradora estranhou o fato de o filho estar chorando mais do que o normal. Ela até deixara de estudar para ficar com o bebê, que só queria ficar no peito e no colo dela.

— O que foi, meu amor? — pegou o filho do berço — Você está com fome? — perguntou sorrindo, oferecendo o seio para o menino, que mamou, mas rapidamente largou o peito, voltando a chorar — O que foi, Heitor? — questionou, preocupada. — Você não quer mamar? —circulou o bico do peito na boca do menino, mas ele rejeitou. Anahí, levantou-se com a criança no colo, indo até a cozinha. Lá, colocou o leite congelado em banho maria, ninando o filho, que estava com o rostinho próximo ao seu pescoço chorando sofrido. 

— Ei, bebê! A mamãe está aqui, meu amor — sussurrou, acariciando a cabecinha do filho, que agora mexia a cabeça, desesperado. — Será que você está com cólica? — se perguntou, deixando a mamadeira em banho maria, indo para o quarto do menino. Lá, removeu toda a roupinha de Heitor, deixando-o de fralda. Massageou todo o corpinho do bebê, pressionando a barriga, mas o menino não reclamou. A Procuradora estranhou, pois sempre que ele estava com cólica, reclamava do toque da mãe em seu abdômen ou enrijecia a região. Por desencargo de consciência, deu simeticona e dipirona para o menino. Para relaxá-lo, entrou com ele debaixo do chuveiro, deixando a água morna cair no corpinho do filho que não parou de chorar. — Filho, eu não sei mais o que fazer. — admitiu, chorosa. — Eu já fiz tudo que estava ao meu alcance... — lamentou, esfregando as costas de Heitor, que reclamou movimentando as perninhas e a cabeça, agoniado. Os olhinhos azuis estavam vermelhinhos de tanto chorar.

Anahí saiu do banho com o filho após alguns minutos. A água morna não havia relaxado o menino, pelo contrário, parecia tê-lo deixando ainda mais agoniado. Enquanto pegava a toalha para enxugar o filho, se perguntou quando tinha sido a última vez que o menino havia evacuado, lembrou que Alfonso havia trocado a fralda dele no dia anterior. Enquanto o enxugava, massageou o abdômen do bebê, esfregando um óleo próprio para bebês. O menino suspirou, quando ela massageou suas perninhas, seus pezinhos. A morena brincava o tempo todo com o filho, dizendo o quanto o amava. O bebê finalmente pareceu se acalmar, fez até xixi na toalha, arrancando uma risada dela, que o limpou na pia do banheiro. Rindo, ela colocou uma fralda nele. Na hora de vestir a roupinha limpa, esbarrou no ouvido do bebê, que começou a chorar novamente, a plenos pulmões. Lola ficou desesperada com o pequeno chorando, estava indócil subindo nas coisas para ver o bebê.

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