Leis da Atração

Capítulo 52

- Do que você está falando Alfonso? Que decisões? De quem? Ao que você se refere? – questionou, encarando o moreno. O olhar dela o fez vacilar, voltar a si, mas era tarde. Ele falara demais.

- Eu... – hesitou. Os olhos azuis estavam atentos a cada passo que ele dava. Ela queria abortar por conta da carreira e por tudo que aquele maldito fizera com ela. Sabia que a carreira dela iria para o ralo quando a podridão de Pierre viesse à tona - Any – se virou para ela, não podia despejar toda aquela merda agora, não com ela tão frágil. Não podia trair o seu país, dar detalhes das suas investigações. Colocaria tudo a perder. – Pensa em tudo que acabei de dizer – coçou os olhos, passou as mãos pelos cabelos em seguida. Anahí cerrou os punhos, sabia que ele estava mentindo, tentando tapeá-la – Estarei aqui para o que você precisar – suspirou, deixando algumas lágrimas caírem novamente. Ele estava lutando a sua própria batalha interior. Revelara seu amor, abrira seu coração para a mulher que ele amava. – Quero que saiba que eu sou incapaz de sentir raiva de você. Não se martirize por conta disso – disse, sincero – Só você sabe o que é melhor para você. E, eu te respeito – a encarou. Os olhos verdes estavam angustiados, ela notou. Havia algo mais que ela ainda não conseguira identificar, não com ele escorregadio do jeito que estava, fugindo do seu olhar.

- Alfonso, eu vou pedir para que você seja sincero comigo. Estamos pisando em ovos aqui e eu não gosto disso – alertou, os olhos azuis presos aos dele - Eu confio demais em você, por isso vou perguntar outra vez, e, espero do fundo do meu coração que você seja sincero. Do contrário, nossa amizade termina aqui – seu tom de voz era sério, duro. Em nada se parecia com a Anahí com a qual ele estava acostumado a lidar. Não gostava daquela versão, não gostava do olhar dela, do tom de sua voz. – Eu não sou mais a Anahí idiota, fácil de se enganar, manipulável – informou, cerrando os punhos. Havia algo errado com o moreno, seu corpo a alertava – Sei reconhecer quando alguém está mentindo, ou quando estão tentando me enrolar – declarou, avançando para perto do moreno, que deu um passo para trás por puro instinto. Ele não podia perder o controle da situação, ou  falaria demais – Eu sei que você está fazendo isso agora – acusou, os olhos frios, a postura ereta. Ela estava na defensiva outra vez, pronta para partir para a briga. Isso não era nada bom. – Decisões de quem podem interferir na minha carreira? – perguntou pausadamente – O que você sabe? – exigiu saber, os olhos azuis adotando um tom letífero. Ela lutara muito para chegar aonde chegou, e traria o inferno com ela se alguma coisa desse errado.

- Any, eu não... – iniciou, mas Anahí o interrompeu seu discurso.

- EU DISSE SEM ENROLAÇÕES! – gritou, empurrando-o pelo ombro – NÃO OUSE MENTIR PARA MIM – esbravejou, sentindo a raiva dominá-la.

- Você não está preparada para ouvir tudo que eu sei – declarou, os olhos fixos nos dela. O azul e o verde duelando. Ele foi o primeiro a quebrar o contato – Eu não posso revelar isso para você, é confidencial – se afastou, levando o punho a boca, desesperado.

- VOCÊ VEM ATÉ AQUI, FAZ A PORRA DE UM SUSPENSE, DEIXA NO AR QUE ALGO PODE ARRUINAR A MINHA CARREIRA E ESPERA DE VERDADE QUE EU DEIXE ISSO PARA LÁ? – vociferou, avançando para cima dele, totalmente fora de si. Alfonso se assustou quando ela o apanhou pelo maxilar, obrigando-o a encará-la. O que viu nos olhos dela o assustou – Se você sente o que diz sentir por mim, se você é meu amigo, eu exijo que você fale tudo que sabe – aumentou o aperto, causando um desconforto no moreno.

- Me solta! – pediu, a mão tentando afastar a dela, mas Anahí não recuou – Anahí – insistiu, controlando o tom de voz. Sentia seu corpo todo arrepiado, o coração apertado. – Me solta – a encarou. A troca de olhares era intensa. O azul queria respostas, enquanto o verde tentava encontrar uma forma de sair daquela situação.