Capítulo 1

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Manágua - Nicarágua.

 - Eu não estou acreditando que deixei você me convencer a vir para esse lugar Christian – diz Anahí olhando ao redor. Aquilo não era nada bom. – Eu menti para o meu pai – Acusa, exasperada.

- O que você queria? – pergunta, enquanto pega uma mochila cargueiro vermelha que estava depositada no chão. – Que eu falasse: Sr. Puente, estou levando sua filha para um país socialista. – Revira os olhos – Seu pai é desembargador, Anahí. Você não chegaria ao aeroporto se ele soubesse para onde você estava indo.

- Você me fez desembarcar na Costa Rica. E vir para Nicarágua de Ônibus. – Grunhe, irritada – Eu só quero chegar no hotel e dormir – fala enquanto estala o pescoço. Ela odiava andar de ônibus de viagem.

- Hotel? Você me subestima, cara Anahí – ri alto – Nós ficaremos em um Hostel – fala divertido – Falei que faríamos um mochilão. Não espere um hotel nos próximos 25 dias.

- O quê? – grita irritada. Aquilo era uma afronta. Não que ela fosse uma esnobe, mas conforto nas férias era o mínimo que ela exigia. Ficar em hostel estava fora de cogitação - Me dá essa porra de roteiro – Puxa um bloco das mãos de Christian. Correndo os olhos de águia pelas folhas, lendo todo o conteúdo. Não havia nem um único hotel, só hostels.

- Eu quero ser juíza! Eu não tenho tempo para organizar um mochilão – imita, Christian com desdém.

- Eu não acredito! - Disse, enquanto massageava as têmporas – Essa viagem vai ser um pesadelo do início ao fim.

- Não seja dramática. – Revira os olhos, pegando o roteiro, apontando para alguns passeios grifados no organograma – Nós conheceremos o vulcão Masaya. – Fala com uma animação irritante na voz.

- Pelos menos estamos em quartos individuais? - pergunta, colocando a mochila nas costas.

- Por essa noite, sim. Mas amanhã embarcamos para Granada – Responde mexendo no aplicativo de Taxi local – E lá o quarto é compartilhado.

Granada, Nicarágua.

- Essa cidade é um sonho. – Suspira Helena, encantada com as ruas de Granada.

- Você já disse isso três vezes hoje. – Ri Alfonso, tomando uma cerveja local.

- Estou ansiosa para conhecer a Laguna Del Apoyo. – Disse, enquanto folheava o planner da viagem.

- A mamãe ligou. – Informa Alfonso, vendo Helena revirar os olhos. Júlia era extremamente protetora com os filhos. Ligava para os três no mínimo três vezes ao dia - Ela disse que está fora de cogitação visitarmos a capital Manágua. Disse que está tendo manifestações contra o governo, e que não nos quer metidos naquela confusão. – Sorri de lado, às vezes a mãe esquecia quem ele era.

- Quantos anos nós temos? – pergunta exasperada - Eu tenho 29 anos, você 33 – aponta para Alfonso - A mamãe acredita mesmo que pode intervir em nossas vidas? – pergunta, passando as mãos impacientemente pelos cabelos – Eu vou excluir o WhatsApp do meu celular e bloquear a mamãe de todas as minhas redes sociais. Eu quero paz nessa viagem! – fala enquanto executa o que prometera.

- Se você fizer isso,  será ser pior. - Suspira Alfonso. Há anos ele desistira de confrontar Júlia. - Você sabe que eu não farei o mesmo, e a mamãe vai triplicar o número de chamadas – Se ajeita na cadeira, fitando a irmã que trazia um semblante emburrado. – Não dê munição para ela nos atacar. Apenas concorde com todas as loucuras dela. Só assim ela nos deixa em paz – Dá um suspiro cansado. Helena às vezes se comportava como a mesma garotinha irritante que o pai trouxera para casa em uma noite de natal. Péssimo presente de natal por sinal - Apenas bloqueie ela das suas postagens de Manágua.

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