Capítulo 38

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Angra dos Reis - RJ

Por volta das 22 horas, o moreno acorda, tenta se mexer, mas sua mão estava presa. Como foi que eles se embolaram daquela forma? Pensou ele, parando de tentar se soltar.

- Any – chama baixinho, mas a morena não responde – Princesa – chama outra vez, e Anahí se mexe, despertando – Acorda! – esfrega o nariz nos cabelos dela, depositando um beijo em sua nuca.

- O quê? – resmunga, mau humorada. Odiava ser acordada.

- Vamos acordar? – dá uma leve mordida no pescoço dela, que resmunga – Se você dormir mais...vai ficar sem sono.

- Eu deveria te matar – ralha, ainda com os olhos fechados.

- Acorda! – beija o pescoço dela, fazendo-a se arrepiar.

- Eu não quero – faz manha, a voz rouca demonstrava o quão sonolenta ainda estava. Alfonso sorri com a preguiça da procuradora, movendo sua mão, que ainda estava presa por ela. Era possível sentir a respiração tranquila no dorso de sua mão.

- Eu estou com fome – fala, baixinho, sentindo sua barriga reclamar. Ele quase não comera no almoço.

- Desce e come – responde desbocada, o mau humor vindo à tona.

- Como eu vou descer se você está prendendo o meu braço? Aliás, eu não lembro de ter te abraçado – se dá conta de que possivelmente fora ela que o puxara. Alfonso era quieto durante o sono, quase sempre dormia e acordava na mesma posição. Era normal eles se embolarem após o sexo, pelo calor do corpo um do outro, mas geralmente quando ela dormia primeiro, ele sempre se mantinha distante para não atrapalhar o sono dela. Anahí abre os olhos em alerta. Não conseguiria negar que o puxara, e não saberia o que responder se fosse questionada – Eu estava longe demais – se deu conta – Você me puxou? Queria dormir abraçadinha? – implica, com tom de riso na voz. Ela o puxara. – Para quem diz que não gosta de dormir agarrada, você está me surpreendendo – mexe os dedos, acariciando o rosto dela do jeito que a posição permitia.

Anahí fecha a cara, soltando o braço do moreno, que a puxa, fazendo com que ela se vire para ele.

- Não precisa fazer esse bico – aperta a boca dela fazendo com que seus lábios se entreabram – Adorei acordar agarradinho com você. Pode me abraçar sempre que quiser, viu? – dá um beijo na ponta do nariz dela, vendo a cara emburrada da morena – Encrenqueira – salpica outro beijo, agora na bochecha dela – Eu estou mesmo morrendo de fome – ri, quando seu estômago reclama, fazendo um barulho engraçado.

- A culpa é sua – resmunga ela, fazendo cara feia.

- Minha? – pergunta, aturdido.

- Sim – sai do agarro dele, empurrando-o para o lado, levantando-se, indo para o banheiro. No meio do caminho, é interceptada por Alfonso, que a agarra, prensando-a na parede.

- Agora me fala – quis saber – Por que a culpa é minha? – pergunta, olhando nos olhos dela. Os verdes estavam tranquilos, quase bobos, mas tentava manter a pose, Anahí era escorregadia, e o tom do azul estava indicando que era preciso ter cautela.

- Porque é – dá os ombros, os olhos azuis se tornando mais tranquilos, menos na defensiva. Alfonso observa cada nuance. Olhando no fundo dos olhos dele, se deu conta de que aquele era Alfonso. Seu amigo. Alguém que nunca se apaixonaria por ela, nem interpretaria suas ações erroneamente. Afinal...ele conhecia sua história com Manuel. – De tanto acordar agarrada com você, acabei me acostumando com isso. Foi involuntário – justifica, tranquila.

- Você sentiu minha falta nessas cinco semanas? – se arriscou, o coração dando galopes, enquanto seu rosto aparentava tranquilidade.

- É claro que eu senti – responde rapidamente, sem pensar muito, sem medir palavras – Acabei ficando sem meu parceiro de corrida, e, sinceramente, a Isadora é uma molenga – se recorda da morena tentando acompanhar seu ritmo durante as corridas matinais, das quais sempre chegava atrasada, o que irritava a procuradora.

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