Capítulo 41

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Conforme o avançar dos dias, das semanas, Anahí e Alfonso voltam a se aproximar. Além das corridas matinais e dos cafés da manhã na padaria, eles sempre saíam com a irmãs dele, os pais e os amigos de ambos nos finais de semana.

Em um feriadão em que iria visitar a família, Anahí o convida para ir com ela para o Rio de Janeiro, lá eles saem com os amigos da morena, que acabam se tornando mais próximos de Alfonso, selando a amizade com os irmãos Herrera.

No Rio de Janeiro os dois correm pela orla de Ipanema/Leblon e param para tomar uma água de coco antes de se refrescarem no mar, deixam seus pertences com o moço do quiosque que já era conhecido da procuradora.

- Eu sinto falta disso – diz Anahí, olhando para o mar.

- Eu sei – se limita a sorrir. Sabia que ela sentia falta do Rio de Janeiro – Deve estar sendo duro para você morar em um lugar que não tem praia.

- Eu gosto da sua cidade, me acostumei com o clima, com as paisagens e, com as pessoas. Principalmente porque as pessoas não são festeiras como as daqui – faz uma careta, arrancando uma risada estridente de Alfonso – Não ri de mim – dá um beliscão no abdômen dele, que geme com o aperto – É sério. Eu acho que o que mais vou sentir falta quando voltar a morar aqui é a forma como os curitibanos levam a vida. Carioca é xereta por natureza. E a reserva dos curitibanos é algo que me atrai – aperta a ponte do nariz.

- Porque você é antissocial – deu os ombros, e levou outro beliscão da morena - Mulher, você precisa parar com isso – ralha, acariciando a região que ela beliscou.

No sábado à noite eles saem para uma boate, e Alfonso passa mal com a roupa colada de Anahí. A morena usava um tubinho tomara que caia da Dior, que mal cobria suas coxas, e um Sapato Hangisi de cetim, preto, da Manolo Blahnik. Tentando ao máximo se fazer de indiferente, Alfonso se mantém afastado da procuradora, engatado em uma conversa animada com Jorge.

- O Alfonso é maravilhoso – elogia Mariana, dançando com a irmã – O Jorge não cansa de tecer elogios para ele.

- Ele é super gente boa – espia Alfonso de soslaio – As irmãs dele também são sensacionais. A família toda é – completa, ao se lembrar dos pais do moreno.

- E vocês? Como estão? – quis saber Mariana.

- Ele é um ótimo amigo – fala e vê a irmã estreitando os olhos em sua direção - Sério! Eu posso falar de qualquer coisa com o Alfonso. Às vezes nós nos encontramos e nem rola nada, e o clima não pesa, entende? – pergunta, e Mariana assente – E fora que ele é inteligentíssimo, e me dá várias dicas para o concurso – sorri de canto - Às vezes nós passamos o final de semana todo estudando.

- Que bom, irmã – sorri Mariana - Fico feliz que tenha encontrado tantas pessoas do bem.

- Os amigos dele são um pouco enjoados – faz uma careta – O único que eu gosto é o James. Semana passada nós fomos para a casa dos pais dele. – se lembrou da jogatina - O pai dele me deixou bêbada com os drinks que ele preparava. O Alfonso sofreu comigo naquele dia, pois nós fomos de moto. Ele nunca andou tão devagar – ri divertida – Ficou com medo de que eu caísse.

- Ele é supercuidadoso com você, né? – disse Mariana, após ouvir o relato da irmã.

- Ele é cuidadoso com todo mundo. É algo dele, hoje vejo que foi a criação que teve. Tem que ver como ele é com as irmãs e com a mãe – se lembra do moreno ligando para a mãe para desejar bom dia e boa noite, sempre carinhoso. E a forma como ele cuidava e se preocupava com Isadora e Helena.

Anahí faz um breve resumo de como estava sendo a rotina em Curitiba, e de relance Mariana analisava as ações de Alfonso, que raramente olhava na direção delas. Deixava Anahí à vontade. Sem cobranças, dando apoio, sendo parceiro, sendo amigo. Anahí não se dava conta de que tinha com Alfonso uma rotina de casal. Será que algum dia a irmã se daria conta disso? Qual seria sua reação?

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