Capítulo 42

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Curitiba - PR

- Alô – atende Júlia, olhando o visor do celular, e vendo o número do filho – Filho?

- Sra. Herrera – fala Ana, tentando controlar o nervosismo em sua voz – Sou eu, Ana – respira fundo – Preciso que a senhora vá para a unidade Marcelino Champagnat.

- O que houve? – pergunta assustada, acordando Miguel com o pulo que dera na cama. O médico percebeu que o assunto era grave pelo cenho franzido da esposa. O que será que havia acontecido?

- O Alfonso se feriu em uma operação – tenta não dar tantos detalhes. Júlia dá um grito, deixando o celular cair. Miguel pega o aparelho e Ana informa sobre o ocorrido. Miguel rapidamente se levanta, sabia que Alfonso precisava dele quando questionara os locais dos tiros. Júlia chorava copiosamente, seu coração estava apertado. Seu filho havia levado um tiro, não sabia a gravidade do caso, o pânico dela sempre fora que o filho se ferisse, mas Alfonso sempre garantiu que eram raras às vezes em que a Polícia Federal entrava em confronto e trocava tiros. Isso se confirmou com o passar dos anos, mas agora seu maior pesadelo havia se concretizado e ela não sabia como agir de outra forma a não ser como uma mãe desesperada, que temia pela vida do próprio filho.

- Acorde a Helena – falou o cirurgião, vestindo uma roupa qualquer seu closet. Ele andava apressado de um lado para o outro – Ligue para a Isadora, eu vou precisar dela – disse, terminando de abotoar a camisa, sentando-se na poltrona do closet para calçar os sapatos. Júlia estava com o rosto banhando em lágrimas, suas mãos tremiam ao discar o número da filha mais velha.

- Qual é o quadro clínico? – prendeu a respiração ao ver o marido hesitar. Miguel a encara sério, e ela sufoca um gemido de dor.

- Ainda não sei o estado clínico – respondeu, quieto - No caminho para o hospital irei me informar melhor sobre o caso, mas a região dos tiros me preocupa. Você precisa ser forte, meu amor – pega as mãos dela, juntando-as com as suas – Nosso menino sairá daquele hospital com vida – faz uma promessa silenciosa que conforta Júlia. Ela sabia que o marido faria tudo que estivesse ao seu alcance para salvar Alfonso.

XX

- A hemorragia está me preocupando – diz um dos médicos, após Alfonso voltar dos exames iniciais.

O Dr. Herrera está a caminho – disse um dos enfermeiros, encarando o cirurgião que estava com o bisturi na mão, prestes a fazer uma incisão.

XX

- Alô – atende Isadora, sonolenta – Mamãe? O que houve? - pergunta ao ver o número da mãe.

- Filha, eu preciso que você vá para a unidade Marcelino Champagnat. É urgente! – disse Julia controlando o choro.

- O que aconteceu? – pergunta, se levantando da cama, assustada.

- Seu irmão se feriu em uma operação policial. Não sabemos a gravidade – revela, e Isadora leva a mão até a boca, abafando um grito de pânico – Seu pai e eu estamos indo com a Helena para lá.

Isadora corre até o closet, se enfiando em uma calça jeans, calçando as sapatilhas. Merda! Como Alfonso levara um tiro? Ele estava com Anahí. Droga! Ela lembra da morena. Isadora liga para o celular de Anahí que chama até cair na caixa postal.

- Merda! Atende, porra! – esbraveja esperando o elevador.

- Alô – atende Anahí, sonolenta.

- Anahí, eu preciso que você desça agora até a garagem.

- O que aconteceu? – pergunta confusa, enquanto se sentava na cama.

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