Capítulo 24

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Rio de Janeiro – RJ

A orla estava cheia àquela noite. A lua cheia e o clima fresco contribuíam para a prática de exercícios, um passeio a beira mar, ou simplesmente uma parada para tomar uma água de coco e/ou uma cervejinha em um dos quiosques espalhados pela orla.

- Finalmente em casa – diz Anahí, se jogando no sofá – Sinto saudade daqui – suspira olhando através da janela.

- Eu também – concorda Bertha, se aproximando da janela – Mas estou gostando da vida em Curitiba.

- Queria que essa operação terminasse logo – respira fundo. Sentia falta da família e dos amigos. - Ou que a força-tarefa findasse.

- Tem previsão?

- Não – responde em um murmúrio - Mal começamos... – lamenta.

- Essa lamúria não irá te fazer bem. – fala carinhosa – Aproveite a estada em Curitiba, as amizades – aconselha - Essa semana visitei o parque Tanguá, indicação do Alfonso. O parque é maravilhoso. As crianças ficarão enlouquecidas quando visitarem. Você deveria aproveitar seus novos amigos para conhecer a cidade – diz Bertha, esboçando um sorriso discreto – Vai sair hoje? – pergunta, sentando-se ao lado da morena. Sabia que Anahí não parava em casa quando estava na cidade.

- Vou encontrar o David. Combinamos de jantar – responde, olhando no relógio – E eu já estou atrasada – se levanta, indo para o quarto.

Anahí e David se encontram na portaria do prédio dela. O moreno a esperava com um buquê de girassóis.

- Seja Bem-Vinda de Volta! – sorri, estendendo o buquê para Anahí.

- Obrigada – agradece com um sorriso amarelo, pegando o buquê das mãos de David. Prontamente toma o anti-histamínico que levava na bolsa para emergências. As únicas flores toleráveis para ela eram; Callas e Orquídeas.

David a leva para jantar no Olympe. No restaurante, conversam amenidades e ele sorria embasbacado para sua acompanhante. Anahí era fascinante, havia conquistado um espaço importante na vida dele. O jantar ocorre em um clima descontraído. Apesar da diferença de idade, a conversa entre os dois fluía de forma natural. Anahí o ouvia falar sobre investimentos, fazendo comentários pontuais quando julgava necessário. Não era muito ligada a finanças, seus investimentos eram gerenciados pelo cunhado através de sua corretora. Já ela, não dava muitas informações sobre o seu trabalho, se limitava a fazer comentários rasos quando indagada.

Como sempre, terminam a noite nos braços um do outro. Anahí tinha uma regra; não dormia na casa de David, nem frequentava motéis. O palco para o fim daquela noite era o Hotel Hilton – Copacabana.

O corpo da procuradora estava enroscado no corpo do advogado; adorava a criatividade do moreno na cama, e a praticidade fora dela.

- Anahí, está na hora de evoluirmos nossa relação – fala sucinto, fazendo Anahí arquear as sobrancelhas. A procuradora se desvencilha do corpo do amante, como se tivesse tomado um choque.

- Perdão? – pergunta, quieta. O olhar arisco.

- Estou disposto a renunciar minhas interações e andanças – anuncia simples. Ela pisca atordoada, sentando-se na cama - Quero me concentrar apenas em você. Estou ciente que seu tempo é curto, e que seu trabalho é importante para você. Não irei interferir nisso. Admiro sua independência. – discursa com tranquilidade. Anahí o encarava incrédula. - Sei que não dará para estar comigo sempre, mas tem que querer estar... E quando estiver livre, quero ser sua prioridade. Não abrirei mão disso. – disse ele, com uma confiança que beirava a arrogância. Era um homem bem-sucedido e considerava Anahí uma mulher fascinante; fogosa na cama, sem reservas entre quatro paredes. Não o aborrecia com mensagens e ligações inoportunas, sabia se portar entre os seus. Era perfeita para ser sua próxima esposa. – O que me diz? – pergunta, sem perceber a cara estupefata da procuradora.

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