- Irmã, como você esta linda! – Admirou Elisa enquanto Juno entrava pela sala, sentindo o desconforto de ter todos os olhares voltados pra ela.
Apesar de bonito o vestido era bem distante da armadura ou dos vestidos surrados onde ela se sentia tão confortável.
O rosa pálido a faziam parecer ainda mais branca, as alças torcidas a deixava desconfortável com o decote assim como o colar que chamava uma atenção desnecessária ao seu colo, o véu era simplesmente irritante, as sandálias apertavam onde não devia enquanto os cabelos presos tão apertados em um conjunto de tranças complicadas doíam em sua cabeça.
- Obrigada – Disse baixinho, sem levantar os olhos a ninguém ao seu redor.
Os servos traziam o desjejum e a mesa baixa estava repleta de pães de cevada, frutas frescas, leite, chá e folhas de variados tipos, tudo como deveria ser.
A conversa transcorreu tranquila, enquanto Juno permanecia a maior parte do tempo calada, comendo quase nada alheia a todo o movimento a seu redor, se sentindo dentro deste vestido na pior das prisões.
-Juno? Esta me ouvindo? – Chamou seu pai trazendo-a de volta a realidade - Receba o presente de seu primo.
Que presente? Se perguntou enquanto olhava ao redor.
Só então se dado conta do escravo que lhe estendia um pequeno baú de madeira muito escura decorada com um relevo de flores intrincadas.
Recebendo o Baú, olhou em volta e percebeu que assim como ela o pai, Kaius e ate mesmo Elisa ganharam pequenos mimos enquanto estava perdida em seus pensamentos.
Tiberiuns a olhava fixamente a fazendo sentir desconfortável, como se o vestido a deixa-se ainda mais exposta do que antes, se encolheu desviando os olhos dos dele.
- Senhor Tiberiuns, quanta gentileza. – Falou Elisa encantada com um pequeno vidro opaco em suas mãos, destampando o frasco perguntou – Óleo de Margaridas?
- Sim, uma de minhas esposas falou que era muito bom pra a pele dos bebes, imaginei que seria útil, mas este mimo é para o meu sobrinho – Acrescentou sorrindo - Tomei a liberdade de mandar uma peça de seda aos seus aposentos, para você e para suas irmãs, espero que gostem. – Respondeu voltando a olhar fixamente para Juno.
- Não havia necessidade – Sorriu Elisa - Agradeço em meu nome e em nome de minhas irmãs. O senhor deve ser um dono muito generoso para suas ... esposas? – Perguntou incerta com a palavra, não muito comum aplicada a concubinas.
- São o que elas são, não e verdade? – Respondeu normalmente desviando o olhar para Elisa.
- Claro que é. Perdão pela pergunta tola. – Respondeu sem graça.
Kaius havia ganhado um bracelete de prata decorado com pequenas espirais.
- Ficou um pouco folgado, tem certeza que é pra mim, talvez tenha confundido o meu presente? – Brincou Kaius enquanto admirava o bracelete em seu pulso.
- Não tenho culpa de você não se exercitar como deveria, nem de seus braços finos seu cabeça de vento. – Respondeu sem olhar para o irmão que sorria descaradamente.
- Querida irmã, isto me lembra – Interrompeu Elisa, sorrindo pra Juno – Um de meus primos, esta vindo Tile* a negócios e deve passar uns dias na casa de meus pais. Ele já tem certa idade e é um negociante de pedras muito rico, um ótimo minotauro, muito generoso e gentil com seu harém.
Arrepios percorreram seu corpo antes mesmo que Elisa conclui-se seu raciocino.
- Senhor Senador, meu pai disse que ele gostaria de conhecer moças bem nascidas da região, pois as jovens de Tile são completamente desprovidas de graça – sorrindo ela continuou – Ele deseja uma nova concubina e meu pai pensou em Juno, como sua filha seria a escolha mais explendida, a joia mais valiosa de seu harém. – Acrescentou em um tom humilde, olhando para Audebaram. – Se agradar ao senhor, meu pai o traria para uma conversa, tenho certeza de que ele ficaria muito honrado com sua permissão de visita-lo.
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Corações tauricos
RomanceArton, um mundo de magos e guerreiros, onde diversas raças convivem entre humanos e a magia e real. Uma jovem presa em uma vida que nunca desejou, sonhando com uma liberdade impossível. Filha única de um importante senador de Tapista (reino dos mino...