Tiberiuns estava furioso. Ele dava duras passadas em direção a casa quando sentiu um par de braços delicados envolvendo seu peito por traz. O rosto de Arreli estava enfiado em suas costas, o deixando consciente das lagrimas que escorriam pelo belo rosto da jovem. Ela precisava dele e por mais ferido ou irritado que podia estar, era sua responsabilidade cuidar de suas mulheres.
- Não precisa chorar, estou aqui. - Disse se virando e a tomando nos braços com a facilidade de quem tomava uma menina, se esforcando para soar o melhor possível. - Não vou deixar nada de mal acontecer com você nunca mais.
- Marido? - A voz de Kandra vinha delicada e cheia de apreensão.
- Está tudo bem. Estamos indo pra dento, não e Arreli? - Falou andando devagar em direção a casa. - Nos acompanhe querida.
A amazona os seguiu de perto com um olhar preocupado.
Passaram boa parte da tarde juntos, aninhados na cama, com Arreli ao centro cercada por seus protetores. O silêncio do quarto só quebrados pelo choro baixo da meio elfa.
Um bom tempo depois Star e Shinn apareceram preocupadas, sentando aos pés da cama em consternada contemplação.
Quando Arreli finalmente se acalmou, Tiberiuns pediu que as demais esposas a levassem ao quarto do segundo andar. Ele precisava ficar sozinho.
O resto do dia foi um enorme entra e sai de jarras de vinho numa incessante, porem falha, tentativa de esquecimento.
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Sete anos atrás.
Ele passou um ano distante, se culpando por cada sonho ou pensamento, mesmo as lembranças de sua infância eram um terreno perigoso, repletas de imagens dela.
Juno... ecoava em seu coração a cada batida. Foi com muito custo entendeu finalmente o que sentia e não se via mais como um doente, sentindo se atraído por uma criança.
O fato é que sempre a amara, desde a primeira vez em que a pegou no colo, quando ainda era uma bebezinha, mas este amor passeou por varias intensidades e formas até finalmente chegar ao que sentia hoje.
Estava apaixonado.
O pai já pensava em começar a lhe montar um harém. Meninas bem nascidas e de índole duvidosa surgiam por todos os lados em cada folga que visita a mansão do pai em Tiberus. Chegou a imaginar que seria atacado por uma ou outra de temperamento mais afoito em busca de uma união mais cômoda. Por sorte, além é claro da astucia de seu irmão, isto não aconteceu.
Mas agora ele voltava pra casa do tio, para a casa de sua infância e do seu coração.
- Tiberiuns! - Gritou a voz alegre, correndo de encontro a ele.
Não havia muito da menininha, estava bem mais alta, com curvas se acentuando, usando uma Túnica curta de algodão verde.
Ele a ergueu nos braços, a giranco no ar, sentindo que seu cheiro havia mudado, o aroma de criança havia sumido completamente, deixando o cheiro e uma mulher, o aroma doce e caloroso que só ela possuía.
- Juno o que aconteceu com seu cabelo? - Perguntou a recolocando rápido no chão se dando conta do quanto estava curto. O cabelo sempre longo e bem tratado estava agora pouco abaixo dos ombros.
- Você soube de Apolônia? - Perguntou triste.
- Eu soube. Sinto muito, sei o quanto era apegada a ela. Você os cortou em luto? — Disse enquanto caminhavam lado a lado para a casa.
- Ela lançou seus cabelos na pira de minha mãe, fiz o mesmo na dela. - Respondeu triste.
- Foi um bonito gesto ela ficaria comovida.
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Corações tauricos
RomanceArton, um mundo de magos e guerreiros, onde diversas raças convivem entre humanos e a magia e real. Uma jovem presa em uma vida que nunca desejou, sonhando com uma liberdade impossível. Filha única de um importante senador de Tapista (reino dos mino...