Capítulo 14 - Juno

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Era uma situação incomum ver a arena de treinos sendo guardadas.

Haviam cerca de cinco dos soldados que vieram com Tiberiuns e mais alguns de seu pai, espalhados a uma certa distancia, guardando suas quatro entradas, não chegava a ser um cerco, mas sem duvida inibiria olhares curiosos.

Levantando a cabeça, Juno andou até a entrada da arena da forma mais decidida que pode, levando Prímula pela mão.

- Senhorita, o Senhor Tiberiuns pediu para não ser interrompido.

- Estou sendo barrada? – Perguntou incrédula.

 - Perdão senhorita, mas não posso deixar que entre. – Falou o soldado, um pouco sem jeito.

- Esta casa é de meu pai, não estou acostumada a ser barrada em minha própria casa, ainda mais pela escolta de um visitante. – Falou com a sua melhor postura de senhora, erguendo as sobrancelhas com ar superior.

Ter dezesseis mães de criação, entre elas filhas de nobres casas de Tapista, tinha suas vantagens. E a empáfia muitas vezes abria portas que de outra forma estariam fechadas.

Os soldados se entreolharam ante que um deles, a qual Juno já havia visto em outras escoltas do primo, assumir a postura de líder.

- Senhorita Juno, entenda que estamos cumprindo ordens, não podemos permitir que niquem entre na arena, até que o senhor Tiberiuns permita.

Sons de metal de batendo e gritos escapavam pelo passadiço, deixando-a ainda mais curiosa sobre o que Prímula havia escutado.

- Neste caso, que bom que eu não sou niquem, não é mesmo. – Falou dando passos decididos à frente em direção da entrada.

Dois dos minotauros de guarda prontamente cruzando as lanças longas que carregavam, bloquearam sua passagem.

- Isto é a maior ofensa que já recebi, ser tratada assim em minha própria casa. – Esbravejou inquinada.

- Senhorita, não seria melhor voltarmos para a casa. – Perguntou Prímula hesitante, com olhos arregalados para os soldados, já arrependida de ter falado sobre as fofocas da cozinha.

- Não, não serei destratada em minha própria casa, se o senhor Tiberiuns lhes deu uma ordem de impedir que qualquer um entre, saibam que eu não aceitarei quieta este tratamento. – Falou fechando a cara.

- Senhorita, se desejar, posso ir até o senhor Tiberiuns e comunicar que deseja ve-lo.

- Pedir a ele pra entrar em uma propriedade que é do meu pai?

- Entendo o contratempo, mas ainda assim não posso deixar que entre.

– Meu pai vai saber disto! – Ameaçou antes de se virar para a casa.

Dando um único passo em direção a casa, olhou para Prímula.

- Corra para a casa agora. – Sussurrou a sua dama, preocupada com o que poderia vir a acontecer a jovem,

- Senhorita... – Suplicou Prímula, temendo que ela fizesse uma loucura. Bem, ela sem duvida conhecia muito bem a mestra, pois foi exatamente isto que ela fez.

Girando rapidamente, ela se impelindo ao chão sob o espaço em que as lanças se cruzadas, o mais rápido que consegui, passando por eles escorregando pela terra batida, arranhando feio suas pernas e arruinando completamente seu lindo vestido, o que foi a parte que a deixou mais feliz.

Apesar de guerreiros temidos muito fortes e resistentes, minotauros não eram conhecidos pela sua grande agilidade, Juno contou com apanha-los de surpresa, e com que o respeito que tinham por seu pai os impedisse de feri-la.

Corações tauricosOnde histórias criam vida. Descubra agora