Capítulo 11 - Tiberiuns

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Já em seu quarto, Tiberiuns esfregando as mãos sobre o rosto, respirando fundo, tentando recuperar a calma que quase cairá por terra durando o café da manhã.

Por mais que tentasse, não havia conseguido tirar os olhos dela.

Estava tão linda e dócil que era irreal, como em um sonho... Ainda assim, não era ela.  Abaixando a cabeça e se calando, quando ele tinha certeza de que o que ela mais queria era esbravejar e lutar.

Foi um custo permanecer calado sobre a ideia infeliz de Elisa, de vendê-la a um maldito velho negociantes de Tile, o que diabos passava pela cabeça oca daquela mulher?

O pior de tudo é que seu tio pareceu gostar da ideia, ele nunca havia sinalizado querer vender a filha, a niquem, muito menos a um desconhecido, por melhor que fosse a família ou o valor.

Suas mãos ainda pareciam queimar, onde havia tocado a pele clara de seu pescoço, sentindo o cheiro de seus cabelos e o calor do seu corpo tão perto do dele.

Estava em uma serie infinita de tormentos quando escutou leves batidos na porta de seu quarto.

- Quem é? – Responde as batidas mal humorado.

- Marido? – A voz suave de Kandra passou pela porta fechada.

- Entre Kandra.

Com uma leve reverencia, sua concubina mais antiga entrou em seus aposentos, usando um vestido simples de algodão leve, alças finas e vendas longas, ajustado na cintura por um fino fio de cetim vermelho. Uma cascata de cabelos loiros caracolados caía livres sobre os ombros de encontro a pele claríssima, própria dos habitantes das uivantes*, rosada pelo sol inclemente de Tapista.

A outrora barbara, estava praticamente aculturada e hoje Tapista estava estampada em suas roupas, assim como em suas ações.

- Marido, as meninas sentem sua falta. – Falou indo em direção a seu senhor. – Estão indóceis nos quartos, não foram feitas para ficar trancadas. – Completou com um sorriso cumplice.

Olhando para Kandra, Tiberiuns brincou com os cachos dourados de seus cabelos, olhando seus grandes olhos cinzentos.

- Entendo, prepare as meninas para uma volta pela propriedade hoje à tarde, vou ver o que posso fazer para corrigir esta ausência. – Falou acariciando com o polegar seu belo rosto.

- Como desejar. – Respondeu sorrindo, apertando levemente a mão de encontro sua pele, com um sorriso carinhoso.

- Não deseja companhia hoje à noite. – Perguntou com um olhar caloroso.

Seguindo o pescoço sinuoso da mulher com os polegares, traçando linhas ao longo da pele delicada, não conseguiu deixar de lembrar uma outra nuca de pele branca que desejava acariciar.

- Traga as meninas a meu quarto hoje à noite, posso pensar em mais de uma forma de compensar a ausência das ultimas noites. – Falou com voz rouca de encontro aos cabelos claros, respirando o cheiro fresco que parecia sempre exalar de Kandra.

Ele sentiu o corpo da linda mulher de curvas generosas, respondendo ao seu toque de forma cálida e receptivo. Já estavam juntos a mais de três anos e neste período construíram uma relação intima e cúmplice.

- Melhor você retornar para as meninas. – Falou Tiberiuns ainda acariciando sua pele.

- É se eu quiser ficar aqui com você? – Perguntou a linda loira, insinuando seu corpo de encontro ao do mestre.

Seu sangue já aquecido pedia pelo prazer que estava sendo oferecido de bom grado, pelo carinho que sabia receberia de suas esposas, especialmente de sua querida Kandra.

Corações tauricosOnde histórias criam vida. Descubra agora