Capítulo 12 -Juno

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- Senhorita! Senhorita! – Falou Prímula, quase sem ar de tanto correr até ela.

Juno, deitada em sua cama a olhou sem compreender o porquê de tanta agitação.

- Por Tauron, que esta acontecendo? Elisa esta dando a luz? – Perguntou preocupada.

Curvando seu corpo para a frente, tomando folego, Prímula arqueou buscando o ar novamente antes de começar a falar.

- Senhorita! As concubinas de seu primo estão lutando com ele na arena de treino. - Falou em um único sopro de ar.

- Como? - Juno balançou a cabeça sentiu uma leve confusão, como se não tivesse compreendido direito o que Prímula havia lhe falado.

- Exatamente, um dos ajudantes de cozinha me falou agora, disse que o senhor Tiberiuns havia pedido refrescos e frutas para a arena, quando ele chegou lá levando as bandejas, viu o senhor seu primo junto com suas concubinas lutando na arena, com armas de verdade senhorita.

- Isto é impossível, deve ser alguma fofoca de cozinha. – Falou incerta.

- Também pensei nisto senhorita, mas fui verificar com meus olhos...

- Você o viu lutando com suas mulheres na arena? – Interrompeu Juno surpresa.

- Não. – Respondeu balançando a cabeça. - Mas havia alguns soldados, pedindo que os servos e escravos mantivessem distancia de lá.

- Porque diabos eles fariam isto? – Perguntou Juno, realmente desnorteada.

- Não sei senhorita, a não ser que o rapaz da cozinha esteja falando a verdade, não consigo imaginar nem um outro motivo. – perguntou incerta alguns momentos depois, quando viu Juno levantar da cama indo em direção a porta. – Fiz bem em contar a senhorita?

- Com toda certeza fez bem, esta foi a melhor fofoca que você já me trouxe da cozinha. – Falou em tom de brincadeira.

Juno pegando Prímula pela mão e disparou em direção à arena o mais rápido que podia.

_____

A arena de treino era afastada da casa principal, uma grande depressão de terra batida, com muros de pedra solida com quatro aberturas dispostas em cruz.

Todos os soldados da casa treinavam ali, assim como os homens de sua família ao longo de gerações, mas acreditava ser ela a única menina que já havia recebido treinamento de combate naquela arena de areia vermelha e quente.

Dezesseis anos antes

Tiberiuns a conduzia até Adriano, o velho treinador de combate da vila crescera na terra dos Augustus e havia acompanhado seu avô, Octavio Augustus, em numerosos combates e guerras, quando retornou experiente e calejado nunca mais deixou a vila se ocupando de manter em forma o destacamento que guardava a casa, treinar os filhos destes homens, assim como os filhos e netos de seu antigo senhor.

Mesmo com muito mais do que sessenta anos Adriano ainda era um minotauro forte e impressionante, muito mais alto que a maioria, atingia facilmente dois metros e setenta, seu pelo escuro, hoje já grisalhos, falhavam em alguns pontos onde revelavam grandes cicatrizes, um de seus chifres faltava, diziam que fora quebrado em um combate nesta mesma arena há muitos anos.

Juno o achava assustador, sempre bravo e gritando, mesmo quando estava fora da arena, parecia sempre zangado.

Ele estava no centro da arena, observando um grupo de meninos, minotauros e humanos lutando aos pares com espadas de madeira.

Eram em torno de 14 pares, incluindo Kaius. A maioria das arenas nunca permitiria minotauros e humanos aprendendo juntos, pois o povo taurico acreditava que estes não representavam real desafio e era uma verdadeira humilhação ser comparado a um humano, porem seu pai acreditava que todo macho, cidadão de Tapista, deveria receber treinamento em combate e com isto permitia que os filhos de dos servos da casa principal, fosse ali, treinados assim como os filhos dos soldados de seu destacamento de guarda.

Corações tauricosOnde histórias criam vida. Descubra agora