- Senhor Tiberiuns, esta tudo bem? – Perguntou Crisco assim que ele cruzou a porta de seu aposento. – Foi difícil não ouvir os gritos.
- Desejo ficar sozinho. – Disse se servindo de uma longa taça de vinho em uma única virada.
- Existe alguma coisa que possa fazer senhor? – Perguntou o escravo com um olhar preocupado.
- Sozinho Crisco! – Gritou arremessando a taça contra a lareira.
- Como desejar senhor. – Disse o escravo, se retirando apresado.
____
Oito anos atrás.
- Como assim ir? Você acabou de chegar! – Perguntou Kaius o encarando com incredulidade.
- Nosso pai esta em Hocky*, negociando algumas questões de fronteira e me chamou para visita-los. – Disse arrumando algumas roupas em um baú de viagem. - Faz mais de um ano que não os vejo.
- Exatamente, por que isto é ruim? – Perguntou Kaius o encarando incrédulo. – Quem em sã consciência iria querer visitar Hocky*, na verdade quem iria querer visitar Hershe? O que tem lá para se ver além de vacas?
- Achei que você gostasse do gorad que eles produzem. Além disto, não estou indo a passeio, vou ver minha família.
- Sua família esta aqui. E sobre o gorad, gosto bem mais de ter meu irmão comigo depois de quase um ano enfiado naquela maldita academia.
- Você vai para a maldita academia em um ano, então deixe de bobagem. Esta agindo como uma menininha, além do mais estarei de volta em duas semanas e passarei o restante da folga aqui.
- Isto esta ficando cada vez pior. – Resmungou Kaius. – Você esta tentando me convencer de que passar uma semana aqui é melhor do que um mês?
- Kaius, são meus pais e meus irmãos o que exatamente está errado em querer velos.
- Serio que você quer que eu explique?
- Senhor Kaius, Adriano esta lhe chamando na arena. – Disse Apolônia a sua porta.
- Obrigada Apolônia. – Disse se erguendo da cama. - Falando em coisas malditas, lá vou eu a mais uma delas. Espero que tenha mais sorte contra aqueles gladios do que contra a cabeça dura do meu irmão.
- Duvido muito, a senhorita Juno esta bem irritada. Acredito que terá uma tarde bem agitada. – Brincou a velha senhora com um sorriso condescendente.
- Porque mas noticias sempre parecem vir juntas? – Suspirou sumindo pelo corredor.
Apolônia entrou no quarto observando por alguns momentos o jovem arrumando suas arcas de viajem.
- Então pretende mesmo nos deixar tão rápido senhor.
- Apolônia, por favor você também vai me criticar por querer visitar meus pais?
- Claro que não, eu nem sonharia com isto. Família é importante. – Falou de pronto brincando com o velho colar. – Mas me pergunto o que causou esta súbita onda de saudades.
O jovem minotauro parou instantaneamente, seus músculos retesados era quase como se estivesse esperando um ataque.
- O que quer disser com isto? – Perguntou em tom desconfiado.
- Exatamente o que disse. Chegou há dois dias e já esta se preparando para partir, quando havia dito a todos que pretendia passar aqui toda a folga. – Falou em uma voz carinhosa observando tudo com seus olhos amorosos. - Seu tio estava ansioso para ter novamente um oficial, ainda que em treinamento sobre este teto, sabe como ele adora toda a pompa militar.
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Corações tauricos
RomanceArton, um mundo de magos e guerreiros, onde diversas raças convivem entre humanos e a magia e real. Uma jovem presa em uma vida que nunca desejou, sonhando com uma liberdade impossível. Filha única de um importante senador de Tapista (reino dos mino...