Capítulo 34 - Aldebaran

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A maldita viagem foi uma verdadeira provação. Suas costas doíam, os pés estavam inchados, até mesmo seus olhos incomodavam. Sempre dizia que estava ficando velho, mas a verdade é que já era um velho.

Diante da villa Giovannia o esperava, junto com duas outras de suas mulheres.

- Senhor senador, ficamos felizes que tenham chegado bem. – Cumprimentou em uma graciosa reverencia. – O senhor Titos nos enviou um mensageiro, deve chegar amanha ao fim da manha.

- Finalmente vamos conhecer este minotauro. Onde esta minha filha? – Perguntou ainda diante da grande casa.

- Paollo esta a ensinando a montar. – Respondeu Giovannia. - Devem estar no redondel esta hora.

- Desde quando temos um redondel? – Perguntou Tiberiuns.

Em pouco minutos chegaram ao pequeno espaço descampado, onde um redondel improvisado com
barras de madeira e colunas de pedra tinha sido erguido. Sua filha estava no centro do espaço fazendo um dos cavalos percorer voltas e mais voltas sob a orientação de Paollo empoleirado em uma de suas suas colunas.

- Dê mais um pouco de corda, devagar...

- Ele esta puxando muito.

- Esta sentindo que a senhorita esta com medo. Já estou entrando.

- Eu não tenho medo! – Disse em um grito, fazendo o grande cavalo empinar de uma vez, se afastando com força a derrubando ao chão.

- Senhorita! – Paollo pulou para dentro do redondel em um minuto prendendo o cavalo, para evitar que causa-se mais problemas.

- Juno! – Tiberiuns se apresou em correr até ela a erguendo do chão como se fosse uma boneca. Em seguida se virando furioso para Paollo. – Que estupidez foi esta? Traze-la para o meio destas bestas! 

- Estava ensinando alguns dos escravos do senador a treinar os cavalos e a senhorita pediu que também a tentasse. Não vi motivo para não deixa-la fazer isto. – Respondeu preocupado.

- O que tem nesta sua cabeça? Ela podia ter se machucado!

- Eu estou bem! Não sou de vidro! – Reclamou a garota, puxando seu braço para se livrar do aperto de Tiberiuns. - Passei a tarde fazendo isto. Foi só um tombo, não é pra tanto.

- Pode não ter acontecido nada desta vez, mas acho que já sabe minha opinião sobre se expor a este tipo de desta forma.- Disse o senador, andando calmamente até a entrada do espaço. – O senhor Titos deve chegar amanha, deveria estar se preparando para receber este convidado. Saia dai antes que se machuque novamente.

Seis anos atrás.

Adriano o havia chamado de sua vigilia ao lado da cama da filha. Que dormia dopada, pálida como um fantasma, parecia que todo o sangue de seu corpo tinha sumido pelas enormes perfurações que os ossos deixaram ao sair da carne.

Houve momentos em que os curandeiros sugeriram sacrificar seu braço como a forma mais seguras de salvar a garota. Por muito pouco Aldebaran não arrancou suas línguas pelo atrevimento. Graças a Tauron conseguiram deter a hemorragia. A bênção de Lena era poderosa sobre Juno, mas nem tal dádiva parecia o bastante para cura-la destra vez.

- Como assim emboscado?! – Perguntou diante da casa ao mensageiro que enviara a Tiberus com duas bolsas repletas de ouro no intuito de lhe trazer o melhor alquimista que encontrasse.

- Perdão senhor senador, eu fui atacado de surpresa... pelas costas... Crisco, aquele maldito escravo se aproveito do momento para roubar e fugir! - O minotauro gaguejava coberto de marcas e hematomas. - Quando recobrei os sentidos já estava anoitecendo, achei melhor retornar...

Corações tauricosOnde histórias criam vida. Descubra agora