wedding day

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Sábado, 12 de março de 2022.

{Narração - Gizelly Bicalho}

Eu me vi encurralada. Não sabia se deveria continuar ou se deveria desistir ali, afinal de contas, o meu noivo fugiu. Mais uma vez, o Felipe fugiu de dar um passo sério em nosso relacionamento.

Pedi para que minha mãe saísse e me deixasse sozinha para pensar. Era tudo o que eu precisava: pensar. Precisava pensar na melhor decisão para o nosso relacionamento. Precisava pensar na melhor decisão para mim. Precisava pensar na melhor decisão para os nossos caminhos. Precisava pensar no meu futuro com o Felipe.

Meu Deus! Não é apenas mais eu e Felipe... Nós temos um bebê.

Agora somos três.

Pela primeira vez, desde que descobri que há uma grande possibilidade de ter um ''serzinho'' crescendo dentro de mim, eu toquei na minha barriga para sentir. Havia uma mini Gizelly ou um mini Felipe ali dentro. Eu estava carregando uma vida em meu ventre.

Mas isso não iria me comover. Não era um bebê que mudaria minha decisão, até porque eu sou uma mulher independente e madura o suficiente para criar uma criança sozinha caso fosse necessário. Todavia, eu não podia esquecer que agora a minha decisão não valia só por mim, valia por nós dois. Por mim e por meu filho.

A minha ficha ainda não tinha caído. Na verdade, eu ainda não estava acreditando que ia me casar com ele... Felipe Antoniazzi Prior. Se alguém me contasse há dois anos atrás que estaríamos aqui prestes a subir no altar, eu, Gizelly, e Felipe, eu nunca acreditaria. Nunca. Até porque, convenhamos, a nossa história não foi lá das melhores.

Tudo começou num reality show e aí veio um beijo de brincadeira e aí veio uma briga de verdade e de repente a gente não se falava mais. Depois não nos suportávamos. Uma brincadeirinha ali, uma indiretinha aqui, uma discussão básica, e no fim, terminou como começou: com briga. Nós brigamos, eu o indiquei para o paredão e Felipe foi eliminado. Desde então, ele nunca me perdoou. Pelo menos até o momento em que a gente se encontrou e resolveu todos os nossos problemas, inclusive o fato de termos ficado quase um ano sem nos falar.

Eu sempre soube que era ele. Fingia que era apenas uma brincadeira, mas eu sabia que era ele o homem da minha vida. Lá no Big Brother mesmo eu declarei que éramos almas gêmeas. Ele é a minha versão masculina, com exceção desses probleminhas que ele tem, mas ainda assim, eu sempre soube que nascemos um para o outro.

Mas o universo sempre pareceu discordar, tanto que estou aqui, sozinha, pensando se devo ou não ir atrás do meu noivo que desapareceu no dia do nosso casamento. Assim como há dois anos atrás, quando saí da casa mais vigiada do Brasil, pensando que poderíamos conversar melhor aqui fora e fui bombardeada por informações e críticas ao meu ''relacionamento'' com Felipe. Definitivamente, não era pra ser.

O universo não quer Felipe Prior e Gizelly Bicalho juntos.

Ainda assim, mesmo com todos os obstáculos, a gente ficou junto todo esse tempo, não é mesmo? Um namoro conturbado, idas e vindas de amor, brigas hilárias, sofrimentos, choros, dores e muitos, eu disse muitos momentos felizes. Eu sempre fui muito feliz ao lado dele.

E agora, eu aqui, tocando no que pode ser meu filho, me pergunto: será que vale a pena continuar?

Ele disse pra não desistir da gente. Ele disse que nunca desistiria. Então por que desapareceu? Por que diabos sumiu no dia do nosso casamento? A não ser que esteja morto, ele não tem uma boa desculpa para este sumiço. Ah, Felipe Prior, eu sou uma mulher nervosa, possivelmente grávida, prestes a casar, então você não tem o direito de fazer isso, não mesmo.

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