entregador de pizza

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- Você já se perguntou se aquela menina vazasse nossas fotos? O que a gente faria, Felipe? - ela perguntou preocupada - Você já imaginou a repercussão que isso teria?

- Eu não me importo com isso, Gizelly. Não me importo com o que as pessoas pensam ou deixam de pensar de mim. Eu sei quem eu sou.

- Mas eu me importo, Felipe. Seus fãs me odeiam, meus fãs te odeiam. Imagina como um simples encontro nosso seria alvo de tantas críticas, agora imagina também se eles descobrem que não foi só um encontro, mas sim vários. Acho que só as bombinhas ficariam felizes com isso. De resto, todos iam odiar.

- Me responde uma coisa, Gi: por que você se importa tanto com isso? A gente não tá ficando escondido? Então... Por que essa preocupação toda?

- Quando eu saí do Big Brother, eu me deparei com muitas críticas e até inverdades ao meu respeito. Só eu sei o quanto eu me senti mal naquela época. Precisei voltar a tomar remédio - desabafou notando que Prior prestava atenção bastante atento - Não quero passar por isso de novo, Felipe, eu realmente não quero.

- Mas quem te garante que as pessoas vão odiar, Gizelly?

- E quem te garante que elas não vão odiar, Felipe?

Ele respirou fundo. Querendo ou não, ela estava certa.

- O tempo passou e você continua a mesma neurótica de sempre. Você precisa ter mais confiança, Gizelly. Essa sua insegurança te destrói.

- Mas eu sou assim, Prior, eu sou insegura e pronto. Já faz parte de mim.

- Eu sinto muito que uma mulher como você seja tão insegura assim - falou rápido, deixando Gizelly confusa.

- Uma mulher como eu?

Ele percebeu que falou mais do que devia.

- Deixa pra lá, Gi. Você tá querendo terminar esse lance, é isso, né?

- Não sei, Felipe. Eu realmente não sei.

- Eu facilito pra você então... Não existe mais lance.

Ela engoliu seco. Ouvir aquilo doeu mais do que ela esperava.

- Tudo bem. Até algum dia, Prior!

- Tchau Gizelly!

E eles desligaram antes que se arrependessem dessa decisão.

Felipe não achou que aquela conversa o faria se sentir tão mal como daquela maneira. Por mais que ele e Gizelly não tivessem nada além de vagos encontros, ele sabia que gostava daquilo, daquela relação que não era relação. Gostava da presença dela, gostava de ouvi-la falar, gostava do sexo, gostava de estar perto dela. Ele, na verdade, gostava dela, mesmo que não admitisse.

Não apenas ele, como sua família que já parecia fã da menina. Felipe nem imaginava como contaria isso para eles, já que provavelmente ficariam bem chateados com esse término de algo que nem chegou a começar.

—- xxx ——

Gizelly queria fugir, correr para as colinas e só sair de lá quando todo esse sentimento passasse. Ela não queria se permitir sentir aquilo, mas sentia. Sentia uma dor gigante de não viver sua história de amor, porque o príncipe não era o ideal para a sua vida.

Ela queria que tudo fosse mais simples, mas não era. Felipe nunca seria aceito em seu universo e ela nunca seria aceita no dele. Logo não fazia sentido manter uma relação que não teria um futuro. Não fazia sentido, mas ao mesmo tempo fazia. Quando estava com ele, tudo parecia fazer sentido, pelo menos em seu coração.

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