A semana no orfanato sempre passa devagar, e esta não foi diferente, foram muitas provocações da Ludmilla, crianças me ignorando, colegas de classe me irritando, a tia Gaby me animando todos os dias, e a tia Malu que descobri ser minha madrinha , se aproximar mais de mim.
- Querida? Pode mostrar aos seus colegas como se canta nesta parte? - a Tia Gaby sempre me influência a cantar para todos, mas minha timidez sempre me atrapalha.
Digo não com a cabeça e ela começa a insistir e todos da sala começam a gritar meu nome, a professora acha que eles estão me influênciando a cantar, mas sei que estão apenas querendo zombar com a minha cara, quando eu começar a cantar .
- Vem Mayra, venha nos alegrar com sua voz linda . - todos começam a rir, me viro para sair da sala correndo.
- Ela é uma covarde . - escuto um menino gritar e todos rirem de mim .Sigo pelos corredores e começo a olhar para todos os lados, mas as lágrimas estão embaçando minha visão, tento encontrar algum lugar para me esconder. Mas me surpreendo com a Tia Gaby agarrando meu braço.
- Não. - começo a gritar e a chorar .
Eu não era assim, sabia que todos falavam de mim, mas eu jamais me importei, não entendia o porque de começar a ligar agora.- Tudo bem, mas porque está chorando ? - sentamos em um banco e olho para o pátio ninguém está la para me olhar, e isso me relaxa.
- Sabe eu não tenho família , e essas crianças tem tudo na vida , nunca fiz nada para merecer ser zombada por eles . - digo com os lábios tremendo pelo choro que estava interrompendo.
- Como assim?-ela pergunta carinhosamente.
Ela era uma inocente, achava amor em tudo, e sempre encobtrava paz aonde estava em guerra, ela sempre via o lado bom da vida, eu queria aprender a ser como ela, seletiva, só se importava com o que era importante e só via a beleza do mundo.
- Eles zoam comigo por morar em um orfanato, me fazem acreditar que não existe mais alegria para mim e que ninguém me ama. - ela me abraça , esta surpresa com a minha confissão.Vejo ela estendendo a mão para mim, hesito em pegar, mas faço isso e voltamos para a sala , ela está completamente em silêncio , me deixando mais para baixo , chegamos na sala e escutamos alguns alunos dizerem meu nome em mais uma conversa chata.
- A Mayra é uma tonta , acha que canta bem, porque a tia Gaby fica falando isso para ela, e sabia que ela só diz isso porque ela é uma orfã . - e todos riem de mim .
Ela me olha e sorri , tentando me acalmar , quer ser meu porto seguro , mas minha solidão não deixa que ninguém se aproxime do meu coração .
- Vai ficar tudo bem . - ela me diz começando a andar para dentro da sala .
- Ela é uma feiosa mesmo , uma orfã, ninguém ama ...
- Ninguém ama quem ? - a Tia Gaby diz entrando na sala , vejo todos correndo em direção as suas cadeira , e a tia Gaby me da um beijo no rosto e pede para que eu me sente .Ela continua a sua aula e antes do sinal tocar , fala para todos que quer falar com seus pais .
- Quero ver quem a Mayra vai trazer . - uma menina cochicha para sua amiga na minha frente.
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Sexta feira chega e com ela uma apresentação na escola , todos estão convidados , pais e amigos , é musical da cinderela , todo fim de ano tem um e esse ano não seria diferente .
A tia Gaby insistiu muito para que eu participasse , mas como ja disse , sou muito tímida.
- Professora Gaby ? - uma outra professora vem e leva a tia Gaby para um canto , enquanto fico esperando a tia Gaby ir para sentar comigo , como ela sempre faz - A menina que ia fazer a cinderela ficou doente e impossibilitada de cantar , e agora ? - a outra professora esta desesperada .
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Mayra
JugendliteraturMayra uma garota órfã que conhece pouco sobre seus pais e seu maior sonho é ser adotada . Será que ela vai realizar ? será que será feliz ? será saberá mais sobre seus pais ? venha conhecer uma garota meiga que descobre ser capaz de enfrent...