Liam
Acordo pela manhã jogando meu lençol para longe e seguindo para o banheiro. Jogo uma água no rosto, limpando-o. Pego a toalha branca que diariamente é trocada, e seco o rosto. Pego o fio dental e passo. Primeiro, em todos os dentes de cima. Depois, em todos os dentes de baixo. Não deixando nada passar. Em seguida pego a escova e a pasta. Passo a escova em todos os dentes com movimentos circulares. Esfregando todas as caras do dente que posso. Em seguida cuspo e faço o bochecho.
Um cuidado com dentes perfeitos.
Pego o barbeador e tiro os pelos que já estavam crescendo no queixo. Assim que os aparo limpo toda a bancada, devolvendo os objetos para seus devidos lugares. Tudo tinha seu devido lugar.
Tiro o pijama azul marinho e dobro, depositando no cesto de roupa suja. Em seguida entro debaixo do chuveiro, continuando minha rotina. Primeiro cabeça, pescoço, peito, braços, abdômen, perna e virilha.
A ereção matinal parecia que não iria ceder tão cedo. Decidi que não demoraria muito em uma rápida masturbação matutina.
E quando o jato branco atingiu o azulejo eu ofegava. Um rápido contratempo na rotina, mas nada que me atrapalhasse. Já fazia tempos que não me masturbava.
Saí do banheiro com uma nuvem me seguindo. Enxuguei o cabelo, secando-o com o secador e uma escova. Penteei-o e quando estava do jeito que eu achava razoável, fui vestir-me.
Escolhi um terno cinza, de giz. A gravata seria azul. Pareciam que se encaixavam bem. Nada gritante, mas tudo formal o suficiente.
Coloquei um sapato social de bico. E depois um relógio. Meus relógios parecia todos iguais, mas não eram. Eram os mínimos detalhes que faziam a diferença, claro. Um tinha detalhes em dourado, sutis, mas eles estavam ali. Ou possui um ponteiro com pedra de diamante. Talvez no geral fossem iguais, mas para mim não.
-Bom dia, senhor. -Joana apareceu no corredor.
-Bom dia, Joana. -Murmurei, dando uma olhada no espelho e pegando o celular do lado da cama. -O café...
-Está na mesa. -Ela diz. -Ovos mexidos, com uma banda de abacate. E o suco com proteína.
-Muito obrigado, já estou descendo. -Respondo, desbloqueando o celular e passando o olho por algumas notificações.
Haviam chegado vários e-mails de algumas empresas, solicitando que a Construtora Nicholson -eu, no caso -lhes encontrasse para uma avaliação. Talvez um possível fechamento de negócios. Passei as mensagens para minha secretaria.
Logo notei uma mensagem incomum das demais. Ela não falava de negócios. Não totalmente.
Lizzy: Boa noite, senhor. Fico muitíssimo grata com a proposta. Amanhã seria ótimo. Pode escolher o horário, e me enviar o local. Eu agradeço a confiança. Xoxo, Lizzy.
Sorri de maneira involuntária. Quem responde "xoxo"?
Arquivei a mensagem e fui para a sala, já indo em direção à saída.
-Senhor, seu café! -Joana apareceu, me intervindo.
-Eu tenho um compromisso. Preciso adiantar tudo... o café fica para amanhã. -Digo, já saindo. -Tchau, Joana.
-Tchau. -A governanta respondeu baixinho, sabendo que argumentar seria em vão.
Corri para o elevador, e Paul apareceu de seu apartamento.
-Bom dia, vossa alteza. -Ele diz em tom sarcástico. -Você não parece tão ranzinza hoje. -Ele brinca, me encarando. -O que foi? Bateu punheta no chuveiro?
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Precisa-se de uma esposa
RomanceLiam precisa de uma esposa. No testamento do seu pai havia uma cláusula muito específica que dizia que ele precisava casar. Liam sequer tivera uma namorada. Durante seus trinta anos, jamais conseguiu desenvolver sentimentos por qualquer pessoa for...