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Liam

Nos sentamos à mesa, e logo as mulheres (minha mãe, minha irmã e minha esposa), desataram um conversa sobre vestidos, enquanto a comida era servida.

-No dia do baile da empresa você estava linda naquele vestido vermelho esvoaçante. -Disse Loren.

-Ah, estava fabulosa. Ainda espero o número do seu alfaiate. -Minha mãe completa.

-Eu passo o número, claro. -Lizzy continua. -Na verdade, é uma mulher e é a minha melhor amiga.

-Eu ficarei honrada em conhecê-la, na verdade. -Mamãe continua.

-Claro. -Lizzy concorda e sorri para mim.

Sorrio para ela de volta.

Logo me distraio, separando as ervilhas para um lado e as cenouras cortadas em cubos, para outro, sem que tocassem no purê.

Paul então cutuca meu braço, me chamando a atenção.

-Eu dei entrada nos papéis. -Ele sussurra.

Arregalo os olhos, mas as senhoras não notam nossa sussurrada conversa.

-Eu disse que ainda não era tempo. -Digo.

-Era isso ou os sócios majoritários entrariam matando. -Ele diz. -Deve me agradecer.

-Ainda não é tempo, a mamãe sequer...

Então elas nos encaram.

-Eu sequer o quê, querido? -Minha mãe pergunta.

-Nada. -Minto. -Hoje a comida está fabulosa.

-Obrigada. -Ela agradece e sorri. -Busquei algo mais leve. Afinal, para conhecer sua namorada, merecíamos um jantar.

-De fato. -Paul solta.

Olho feio para ele.

-E de onde vocês se conheceram? -Loren pula. 

-Hum... -Penso.

-Um jantar. -Lizzy diz. 

-Jantar? -Mamãe indaga. -Pensei que não gostasse de jantar fora, querido.

-Não foi bem um jantar. -Digo. -Foram negócios.

-Que negócios? -Loren indaga, a traidora.

-Nós estávamos falando sobre a construção de uma confeitaria. -Lizzy completa.

-Você trabalha no ramo da gastronomia? -Minha mãe indaga, surpresa. -Que autêntico.

-Ela é confeiteira, mãe. -Digo, segurando a mão dela e dando um beijo. Era a minha garota e eu tinha orgulho dela por isso. -Ela acorda cedo, ajuda a avó trabalhando no café da família. 

-Que lindo, querida. -Diz minha mãe.

Lizzy ainda sorri para mim, mas olha minha mãe e assente.

-Sim. -Minha garota continua. -Eu estava no trabalho. E peço perdão se estar sujando seus móveis.

-Que bobagem! -Minha mãe diz. -Não se preocupe. Eu era garçonete, antes de conhecer o pai do Liam, que trabalhava em uma firma, antes de construir a empresa. Reconheço uma trabalhadora quando encontro uma. E fico feliz por ver que está fazendo bem ao meu filho. Isso é o que importa. Quero a felicidade dos três. É só o que me importa.

É nessas horas que fico grato por ter uma mãe como a minha. Ela era sofisticada, claro, mas tinha um coração cheio de humildade, coisa que passou para nós três. Nunca fomos mesquinhos ou esnobes, mas educados e gentis.

Precisa-se de uma esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora