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Liam

Assim que cheguei à empresa, Paul apareceu ao meu lado, preocupado.

-O quê está fazendo aqui? -Ele indaga.

-Vim trabalhar, óbvio. -Continuo caminhando pelos corredores em direção à minha sala.

-Você acabou de casar e deixou sua esposa super linda sozinha em casa? -Ele me olha, incrédulo. -Você só pode ser louco!

-Nosso casamento não é de verdade, você sabe. -Faço recordo à ele.

-É, mas pela cara dela, aposto que ela queria que fosse de verdade.

-Não seja bobo. Lizzy sabe que não é pra valer. -Digo, porque falamos sobre isso e ela entendia todas as partes, assim como eu. Estava tudo às claras.

-Sei...

-O quê quer dizer com isso?

-Que você está sendo idiota por deixá-la sozinha.

-Ela não está sendo paga para fazer sexo comigo. Ela está sendo paga para ser uma esposa, apenas no papel. Não preciso dizer mais nada, não é?

-Não Senhor. -Paul responde sarcástico e se vai.

Suspiro frustrado. Minhas mãos estavam suando. Eu havia feito certo, não é? Deixando a à vontade. Ou será que ela gostaria de falar comigo?

***

A tarde passou voando e eu não ouvi mais falar de Lizzy. Ela também não me mandou mensagem, e eu não fiz questão de mandar, embora várias vezes desejei ver seu nome iluminando a tela do celular. Que diabos, o que estava acontecendo comigo?

Ana parecia que havia mudado. Estava cabisbaixa. Aquilo não deveria me preocupar, mas me deixou levemente incomodado.

-Ana. -A chamei. -Está bem?

-Sim, Senhor. Acho que estou resfriada.

-Ah. Hum. Tem certeza?

-Sim, Senhor. -Respondeu, forcando um sorriso. Me mantive ali, parado. Meus terapeutas, no decorrer dos anos, disseram que era feio encarar as pessoas, já que as deixava desconfortável. Mesmo assim a encarei. Ela cedeu: -Fiquei envergonhada por ter me oferecido. Não queria que abalasse nossa relação profissional.

-Não abalou. -Digo, porquê nada havia mudado. Não entre eu e minha secretária. Mas eu havia mudado. Sentia a pressão que a aliança fazia no anelar esquerdo. Eu mudei! -Ainda sou seu chefe e você ainda é minha secretaria. Esqueça isso, sim? -Digo.

-Sim.. quer dizer, não. Eu não posso esquecer. Eu tomei tanta coragem... -Ela parecia que ia se sufocar com suas palavras. -Eu gosto do senhor.

-Hum. Também gosto de você. Você é agradável. -Digo, de maneira suave. Era a teoria do reflexo: as pessoas faziam o que outras pessoas faziam. Se eu me mostrasse calmo, ela também ficara.

-Não, Senhor. Gosto de você como um homem gosta de uma mulher.

-Hum... -Enruguei o cenho. -Eu ainda não entendo, Ana...

-Talvez assim entenda.

E ela me beijou. Num momento furtivo. E não foi como o beijo de Lizzy. O dela não era tão doce, suave e delicado. Levei um susto e me afastei.

-Isso é antiprofissional, Ana.

-O senhor entendeu o que eu quis dizer?

-Na verdade, não muito. Eu.. tenho que ir. Arquive esse documento. -Entreguei a ela a pasta. -Até a amanhã.

Precisa-se de uma esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora