Lizzy
Depois do almoço, estava levando minha avó à mais uma consulta. E para mais uma sessão de quimioterapia.
Ela estava sentada em uma das salas com outros pacientes, enquanto eu estava do lado de fora com Michael, seu médico. Já o conhecia há anos. Ele era um médico excelente. Vez ou outra me convidava para sair... Mas devido à minha segunda profissão... Bem, diríamos que não daria certo.
Minha avó ria com algumas pessoas -suas amigas. Era bom ver ela sorrindo.
-As sessões com interleucina estão sendo bem promissoras.
Havia me esquecido que Michael estava ali. Do meu lado.
-Sim. -Digo, me virando para ele. -Ela parece bem melhor.
Ele sorri e assente, voltando seu olhar para a prancheta. Decido voltar a olhar para minha avó.
-E como você está? -Michael pergunta novamente.
-Bem. -Digo, sorrindo. -E você?
-Eu também. -Ele diz com um sorriso nervoso. -Eu também estou bem, quero dizer.
-Eu entendi o que quis dizer. -Solto uma risada fraca.
A verdade é que eu não estava querendo sorrir nem nada. O senhor Liam havia me respondido. Marcara a hora e escolheu o lugar. Hoje a noite em um restaurante extremamente caro. Eu já havia ido algumas vezes com alguns clientes. O homem deveria ter dinheiro, o que me fazia questionar o que ele iria propor. Que trabalho eu teria de fazer. Espero que não me peça para viajar. Tampouco que eu lhe sirva por alguns dias longe da minha avó. E ainda tem o outro cliente... droga era hoje. Precisava desmarcar. Argh! que droga. Bom, pelo menos, eu iria jantar bem e não necessitaria fazer sexo com um desconhecido. Quem sabe sairia com o senhor Liam e ele me fizesse uma proposta realmente boa. Mas para o futuro eu precisava agenda-los -meus clientes -direito para não haver choque de horário. Suspirei.
-Está preocupada? -Michael pergunta, me fazendo lembrar que ele estava lá. De novo.
-Ahn... não. Quer dizer, sim. -Me rendo. -São as contas... tô tentando bater cabeça pra conseguir contornar tudo.
-Ah... -É o que ele diz.
-Mas não se preocupe. Eu vou pagar o tratamento da minha avó. Pode continuar, tá bom? -Me apresso em dizer.
-Não. Tudo bem. -Ele diz. -Se ela é a única maneira que eu tenho de ficar perto de você, então eu farei o possível para continuar sendo médico dela.
Ele me deixa sem palavras -O filho da mãe.
Respiro fundo.
-Michael, nós... -começo a falar, mas ele me interrompe.
-Eu já sei. Já sei. -Ele ergue a mão. -Tudo bem.
O encaro. Ele parecia que ainda queria falar mais, e se tem uma coisa que aprendi saindo com tantos homens é que eles gostavam de atenção e compreensão. Cansei de ficar horas -ganhando um bom dinheiro -ouvindo o desabafo dos homens. Era impressionante. Então apenas continuei encarando o doutor.
Depois de um tempo ele cede:
-Só que eu acho que poderíamos ter alguma chance se você me deixasse te mostrar o quanto sou bom. -Ele fala. -O quanto podemos ser bom.
E então Michael tenta segurar minha mão. Afasto-a, talvez apenas por um reflexo.
Ele assente.
-Sinto muito. -Digo, desviando o olhar. Droga, Michael!
-Tudo bem. -Ele engole o orgulho ferido e assente.
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Precisa-se de uma esposa
RomanceLiam precisa de uma esposa. No testamento do seu pai havia uma cláusula muito específica que dizia que ele precisava casar. Liam sequer tivera uma namorada. Durante seus trinta anos, jamais conseguiu desenvolver sentimentos por qualquer pessoa for...