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Liam

Essa agência só podia contratar amazonas. A mulher da foto -Lizzy -era tão alta quanto a mulher de ontem, porém ruiva. Ela era... uau. Meu cérebro mal conseguia processar essa informação e responder com algum adjetivo à altura. Eu deveria me sentir intimidado?

Ela vem até a minha mesa, a passadas largas e firmes. Não parecia que ela queria impressionar, mas notei que todos os homens do salão estavam olhando para a bela ruiva. Aquilo fez algo crescer dentro de mim. Raiva? Ciúmes? Não, ciúmes não. Isso era primitivo demais. Homens inseguros sentem isso. Eu não sou inseguro. E tampouco conheço a moça.

Me levanto da mesa para recepciona-la.

-Senhor Nicholson. -A ruiva me cumprimenta com um sorriso largo no rosto.

-Senhorita Elizabeth Blake. -A cumprimento. Ela não estendeu a mão. Tampouco me beijou. Bom, estávamos sendo promissores. Sem toques. -Gostaria de se sentar? -Pergunto, me apressando em puxar sua cadeira.

-Adoraria. -Ela diz e se senta.

Alguns olhares ainda a estavam encarando. Talvez ela tenha decidido ignorar, ou simplesmente não os estava notando. Ela parecia dar toda sua atenção à mim. Um comichão me acometeu e precisei usar toda minha força para retribuir seus olhares. Ela não era intimidadora, mas jamais gostei de fazer contato visual. Jamais.

-Bom... -Digo, não sabendo aonde iria chegar. Ficamos em um curto silêncio que parecia um tanto constrangedor.

-Hum... seu terno é muito bonito. -Ela diz. Não sei se era apenas para quebrar a tensão e o silêncio ou se era porquê ela achou meu terno bonito. Ele fora feito exclusivamente para mim. Sob medida. Como todos os outros.

-É exclusivo. -É a coisa mais inteligente que consigo pensar no momento.

O que estava acontecendo comigo, inferno?!

-Parece que foi caro, claro. -Ela dá um sorriso companheiro. -O senhor quer pedir primeiro?

-Hum... -Penso. -Não. Acho que era bom discutirmos e depois comemos. Tudo bem?

-Claro. -Ela assente e continua me encarando. Novamente o maldito comichão me acomete. Eu queria não ser o alvo daqueles olhos de safira. Seria tão mais fácil.

Decido pegar minha pasta e retirar os papéis que redigi depois que consegui adiantar todo o trabalho do dia. Eu havia corrido muito. Estava ansioso com o encontro. Só não esperava ficar ansioso no encontro.

Passei o olho nos papéis e peguei uma caneta de dentro do paletó.

-Uau. -Ela solta baixinho.

-O que foi? -Pergunto.

-É que parece que eu estou sendo entrevista para uma vaga de emprego. -Ela explica e ri de maneira sutil.

-Bem... -Limpo a garganta. -De certa maneira, é.

Ela então abre a boca em um O, e seus lábios vermelhos tiram um pouco da minha concentração. Ela estava fazendo de propósito. Não era possível.

Acabo por balançar a cabeça e ler o que eu estava ensaiando durante o dia inteiro.

-Bem, senhorita Blake, -Começo. -Como já deve saber, eu preciso de uma mulher para um período largo. No anúncio dizia que era integral, mas podemos falar disso depois. -Ela não interrompe. Apenas assente, prestando atenção no que eu dizia. Tomo aquilo como incentivo e continuo. -Nosso acordo, é bom deixar claro, não terá sexo envolvido. Eu sei que a senhorita pode pensar que talvez eu precise de uma amante. Eu não preciso. -Penso um pouco. -E não sou casado. -Senti a necessidade de deixar isso claro à ela. Elizabeth/Lizzy apenas assente. Gostei dela. -Mesmo que não envolva sexo, ou uma relação afetiva, ainda será uma relação. E para isso, eu redigi um documento e, antes que você olhe, eu preciso deixar claro que para que isso funcione necessitamos de confidencialidade. -A encaro e ela estava atenta à tudo. -Eu preciso que você seja discreta e não fale sobre isso com ninguém.

Precisa-se de uma esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora