Lizzy
Abri os olhos devagar. Ainda não era nem 6 da manhã. Virei para o lado e olhei a aliança. Primeiro dia de casada. E já dormi de costas para o meu marido. Um bom casamento, não?
Saí da cama o mais silenciosamente possível. Olhei da porta do banheiro um Liam dormindo em sono profundo. Porque eu tive aquela reação? Droga, esse casamento é de mentira! Eu iria pedir desculpas por ter sido tão emocional e antiprofissional. Mas não agora. Eu queria ir para o café.
Me apressei no banho e saí, em silêncio, do edifício.
Quando cheguei ao café, Rebeca me recepcionou.
-Pensei que estivesse em lua de mel. -Ela brinca, sussurrando.
-Aparentemente eu só serei a esposa de fachada e nada mais mesmo. -Digo de volta, com um sorriso sarcástico.
-O quê aconteceu?
-Ontem estávamos sendo sinceros, e ele disse que sua secretária tinha o beijado.
-Ficou com ciúmes?
-NÃO! -Mas lá no fundo, fiquei. -Só esperava que passasse um tempo mais. Mas não importa. Eu vim fazer tortas. E acho que vou fazer outros doces. Quero me ocupar!
Ela sorriu e assentiu. Fui até o andar de cima e coloquei a mão na massa literalmente. Olhei o anel e não queria sujá-lo. Coloquei o anel no cordão. Amassando com tanto ódio, para descontar todo aquele ciúme estúpido na massa.
-O quê está fazendo aqui? - Minha avó pergunta. Ela não estava feliz em me ver?
-Oi, vó. Estou bem. Obrigada.
-Pensei que tinha saído com algum namorado. Levou mala e tudo.
-Quer se livrar de mim?
-Quero, na verdade. -Ela responde, petulante.
-Mas não vai. Rá! -Mostro a língua.
-Ah, que criança!
-Culpa sua. Você que me criou.
Ela saiu resmungando. Achei estranho ela querer me ver longe. Ela vivia reclamando sobre Rebeca. Talvez fosse aquelas coisas de câncer e querer afastar as pessoas.
Quando levei as tortas para baixo, e fiquei no balcão comentei com Rebeca.
-Vovó parece que não ficou feliz em me ver. -Digo, à minha amiga, que encarava com olhos brilhantes a recém assada torta de morango.
-Eu imaginei. -Ela diz, e dá de ombros.
-Porquê ? -Fico surpresa.
-Ontem vi ela no computador. Parece que estava falando com um senhor.
-Como assim? -Franzo o cenho, curiosa.
-Não diz pra ela que fui eu que te falei.
-Ela tá namorando? -Pergunto, incrédula.
-Dá um desconto. Ela tá com câncer, mas não tá morta não!
-Ela é minha avó! -Contraponho.
-E quer namorar. Pelo menos uma de nós três tem que dar certo nesse ramo. Você passou de acompanhante de luxo à esposa traída. -Ela joga.
-Nossa... Não te conto nada. -Digo, cruzando os braços, visivelmente ofendida. Esposa traída? Era isso que eu era agora?
Minha avó se aproximou e mudei de assunto.
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Precisa-se de uma esposa
RomanceLiam precisa de uma esposa. No testamento do seu pai havia uma cláusula muito específica que dizia que ele precisava casar. Liam sequer tivera uma namorada. Durante seus trinta anos, jamais conseguiu desenvolver sentimentos por qualquer pessoa for...