Liam
Ela estava deslumbrante. Lizzy, quero dizer. Depois de ter dito todas as informações importantes e dizer a ela o que precisava fazer, levei ela para apresentar a alguns amigos e pessoas importantes. Lizzy foi carismática em todo o momento, sempre sorrindo e falando com segurança. Logo eu precisava tirá-la de perto de alguns olhares.
A noite continuou e uma ou duas vezes tive vontade de colocá-la no carro e levá-la para casa. Mas eu não podia fazer isso. Da última vez que consultei, sequestro ainda era considerado crime.
Quando os convidados começaram a ir embora notei que ela estava cansada.
-Quer que eu te leve pra casa? -Perguntei.
-Não. Eu vou chamar um táxi. -Ela diz com um sorriso. Parecia cansada.
-Tem certeza? -Pergunto, cauteloso.
-Sim. -E ela foi sincera.
-Te acompanho.
Caminhei com ela até a calçada e chamei um táxi. Ficamos em silêncio por um tempo
- Eu... acho melhor assumirmos o compromisso. -É a primeira coisa inteligente que eu consigo dizer.
-Como?
-Casando, quero dizer. -Explico.
- Claro. Tudo bem. -Ela diz, como se estivesse concordando com coisas triviais.
-Pode me mandar seus documentos?
-Mando pro seu e-mail. -Ela diz e me olha, o que faz todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.
- Eu adorei a noite. -Falo, e aquilo era verdade. As noites de jantares de gala da empresa sempre foram tediosos e nem um pouco estimulantes, mas esse não foi como os outros. Lizzy vez ou outra perguntava se eu estava bem e me fazia distrair, contando coisas realmente relevantes -coisas que seus olhos captavam. Por exemplo: ela entendia como estavam caminhando e falando. Entendia pouco de linguagem corporal, mas mesmo assim, esse assunto conseguiu me cativar a conversar com ela. Analisamos as posturas. E depois conseguimos sorrir. A noite foi tão leve com ela.
-Também gostei muito. -Ela confessa.
-Bom. É isso... -Era mesmo!
E então, quando eu ia lhe dar um beijo em sua bochecha, ela foi de encontro à minha e sem querer nos beijamos
-Jesus! -Digo.
-Sinto muito. -Ela pede, desculpas.
-Culpa minha. -Me apresso.
-É melhor eu ir.
E ela entrou no táxi
Ainda fiquei sorrindo, passando as digitais dos dedos pelo lábio onde sua boca vermelha encostou.
-Vai ficar babando aí?
-Cala a boca. -Resmungo pra Paul.
-Ela realmente é uma beleza. -Ele comenta.
-Já disse para não falar dela dessa maneira.
-Hum... tá gostando dela? -Ele arqueia uma sobrancelha.
-Não. -Que mentira.
-Está bem. Vamos pra casa.
-Vamos. E preciso que faça um favor. Marque a data de casamento no cartório. Para amanhã, se possível.
***
A manhã no escritório estava normal. Ana, minha secretária estava doente e por isso não compareceu hoje. Achei estranho esse fato, mas pessoas adoecem. Eu continuava olhando o computador. O beijo de Lizzy me deixou desnorteado. Foi uma informação nova, mas muito bem vinda. Sorri quando passei a mão no lábio.
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Precisa-se de uma esposa
RomanceLiam precisa de uma esposa. No testamento do seu pai havia uma cláusula muito específica que dizia que ele precisava casar. Liam sequer tivera uma namorada. Durante seus trinta anos, jamais conseguiu desenvolver sentimentos por qualquer pessoa for...