11

4.2K 454 64
                                    

Liam

Ela estava deslumbrante. Lizzy, quero dizer. Depois de ter dito todas as informações importantes e dizer a ela o que precisava fazer, levei ela para apresentar a alguns amigos e pessoas importantes. Lizzy foi carismática em todo o momento, sempre sorrindo e falando com segurança. Logo eu precisava tirá-la de perto de alguns olhares. 

A noite continuou e uma ou duas vezes tive vontade de colocá-la no carro e levá-la para casa. Mas eu não podia fazer isso. Da última vez que consultei, sequestro ainda era considerado crime.

Quando os convidados começaram a ir embora notei que ela estava cansada.

-Quer que eu te leve pra casa? -Perguntei.

-Não. Eu vou chamar um táxi. -Ela diz com um sorriso. Parecia cansada.

-Tem certeza? -Pergunto, cauteloso.

-Sim. -E ela foi sincera. 

-Te acompanho.

Caminhei com ela até a calçada e chamei um táxi. Ficamos em silêncio por um tempo

- Eu... acho melhor assumirmos o compromisso. -É a primeira coisa inteligente que eu consigo dizer.

-Como?

-Casando, quero dizer. -Explico.

- Claro. Tudo bem. -Ela diz, como se estivesse concordando com coisas triviais. 

-Pode me mandar seus documentos?

-Mando pro seu e-mail. -Ela diz e me olha, o que faz todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.

- Eu adorei a noite. -Falo, e aquilo era verdade. As noites de jantares de gala da empresa sempre foram tediosos e nem um pouco estimulantes, mas esse não foi como os outros. Lizzy vez ou outra perguntava se eu estava bem e me fazia distrair, contando coisas realmente relevantes -coisas que seus olhos captavam. Por exemplo: ela entendia como estavam caminhando e falando. Entendia pouco de linguagem corporal, mas mesmo assim, esse assunto conseguiu me cativar a conversar com ela. Analisamos as posturas. E depois conseguimos sorrir. A noite foi tão leve com ela.

-Também gostei muito. -Ela confessa.

-Bom. É isso... -Era mesmo!

E então, quando eu ia lhe dar um beijo em sua bochecha, ela foi de encontro à minha e sem querer nos beijamos

-Jesus! -Digo.

-Sinto muito. -Ela pede, desculpas.

-Culpa minha. -Me apresso.

-É melhor eu ir.

E ela entrou no táxi

Ainda fiquei sorrindo, passando as digitais dos dedos pelo lábio onde sua boca vermelha encostou.

-Vai ficar babando aí?

-Cala a boca. -Resmungo pra Paul.

-Ela realmente é uma beleza. -Ele comenta.

-Já disse para não falar dela dessa maneira.

-Hum... tá gostando dela? -Ele arqueia uma sobrancelha.

-Não. -Que mentira.

-Está bem. Vamos pra casa.

-Vamos. E preciso que faça um favor. Marque a data de casamento no cartório. Para amanhã, se possível.

***

A manhã no escritório estava normal. Ana, minha secretária estava doente e por isso não compareceu hoje. Achei estranho esse fato, mas pessoas adoecem. Eu continuava olhando o computador. O beijo de Lizzy me deixou desnorteado. Foi uma informação nova, mas muito bem vinda. Sorri quando passei a mão no lábio.

Precisa-se de uma esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora