Lizzy
As semanas passaram voando. E logo estava me preparando para o tão esperado piquenique dos sócios dos Nicholson. Seria no dia posterior a esse e, por consequência disso, tivemos que fechar a cafeteria por hoje, apenas para que pudéssemos fazer as guloseimas que dona Luana havia encomendado. Eram muitas e nós não estávamos nem na metade.
Minha avó tinha saído com Nicolau, em um encontro. Aparentemente os netos dele já tinham voltado para a casa dos pais e ele queria um momento a sós com a minha avó. Eu achava saudável, e aquilo me deixava verdadeiramente feliz, mas por outro lado...
Rebeca ainda parecia aérea, cabisbaixa enquanto esticava a massa das tortas, distraída em seus pensamentos. É verdade que desde que ela foi até minha casa -minha casa e de Liam -, e depois que ela me falou aquelas coisas, nunca mais tínhamos tocado no assunto.
Eu quis dar esse espaço à ela, afinal ela era minha amiga e só o que eu queria era seu bem estar, sem força nada, nem parecer curiosa o enxerida. Mas vê-la daquele jeito...
Aquilo me fazia ficar triste. Rebeca sempre era luz, sempre era alegre e sorridente e um mulherão...
Mas então ela parecia estar... sem luz.
Embora eu fosse parecer intrometida, não me importaria. Era minha amiga!
-Beca. -Consegui dizer baixinho, mas ela pareceu nem ouvir. Falei mais alto: -Beca!
-Ah?! -Ela ergue o olhar. -Oi? O que foi?
-Ahn... nada. Só que você... -Aponto para a massa que já estava fina como uma folha.
-Desculpa. -Ela diz, já pegando a massa e formando novamente um amontoado de massa, no formato de uma bola. -Eu só... Não sei...
Limpo as mãos no avental e vou até seu lado, pegando seu ombro e fazendo que ela olhasse para mim.
Assim que seus olhos tristes me encaram, algo dentro de mim se parti. Ela estava destruída!
A abraço e então os braços trêmulos da minha amiga me envolvem e ela começa a soluçar. Soluçar alto. Por um longo tempo.
Seu corpo moreno treme enquanto o envolvo e o aperto.
-Tá tudo bem. -Consigo sussurrar baixinho e nem notei que na minha garganta se formava um bolo grande que dificultava a situação. Não poderia chorar ali. Não quando precisava ser forte e ser um suporte pra ela. -Tudo bem. -Sussurro de novo.
-Eu estou com tanta vergonha... -Diz.
-Não precisa se envergonhar de nada! -Digo. E era verdade. Naquele dia ela disse que sentia vergonha. E citou seu ex. E aquilo, provavelmente, era o problema com o Paul.
Rebeca então me afasta e olha nos meus olhos...
-Lizzy, eu estou com vergonha. -Seus olhos ainda eram uma fonte de água, inundados e que encharcavam seu rosto.
-Como vergonha?
-Jack... Ele... me... -E as palavras ficaram presas na garganta dela.
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Precisa-se de uma esposa
RomanceLiam precisa de uma esposa. No testamento do seu pai havia uma cláusula muito específica que dizia que ele precisava casar. Liam sequer tivera uma namorada. Durante seus trinta anos, jamais conseguiu desenvolver sentimentos por qualquer pessoa for...