32

3.3K 342 3
                                    


Lizzy

Rebeca estava fazendo a queixa e eu esperava na recepção. Eu estava nervosa. Minhas mãos suavam e eu as secava na calça jeans. 

Minha amiga enxugava algumas lágrimas com um lenço de papel que devem ter entregado a ela dentro da sala, ela me olhou e sorriu. Senti que ela estava mais livre e então me levantei para abraçá-la. 

-Vai ficar tudo bem, não é? -Perguntei ao policial que a acompanhava. -Vocês vão prendê-lo, não vão?

-Bom, vamos mandar uma intimação para ele comparecer à delegacia. Uma tentativa de estu...

-Não foi um tentativa. -Digo, com a voz cortante. -Ele estuprou ela. 

-Sim. Me perdoe. -O policial pareceu desconcertado. -Vamos ser o mais rápidos possível. Um crime assim não pode ficar impune.

-Não. Não pode. -Digo. Olho ao redor. -Bom dia e obrigada.

O policial assente e levo Rebeca comigo até meu carro.

Ela se senta e então solta vários suspiros.

E então um sorriso lhe cobre o lábio.

-Lizzy, não sei nem o que dizer. -Ela murmura. 

-Não é nada, sua boba! -Digo, batendo na sua coxa e ela segura minha mão. -Não foi nada, Beca. Sou sua amiga. E amigos ajudam os outros em momentos como esses.

-Nunca vou esquecer! -Ela diz, sorrindo.

-Bom. Agora vamos nos arrumar e entregar aquelas guloseimas.

-Vamos!

***

Minha avó não queria ir, gostaria de ficar no café. Contratei um ajudante, Kile, por indicação de Nicolau, que também estava no café, dando suporte à minha avó. 

Depois que guardamos tudo no carro fomos até o local onde seria o piquenique, ainda estava cedo, mas suspeitava que logo logo chegariam várias pessoas.

Alguns garçons foram contratados e estavam nos ajudando enquanto organizávamos a mesa de guloseimas.

Havíamos feito basicamente tudo que um evento daquele nível poderia pedir.

As tortas pareciam um arco-íris de sabores e cheiros pela mesa. Pequenos macarrons coloridos davam um toque mais refinado à mesa. Mini-sandwiches estavam dispostos me maneira que todos pudessem ter acesso.

Olhei ao redor e aquele lugar era simplesmente incrível.

As tentas estavam armadas, com algumas mesas pelo gramado. Um pequeno palco fora montado também para que alguém falasse e uma pequena banda entrou.

-Senhora? Pode nos indicar onde podemos nos preparar? -Um dos músicos se dirigia à mim.

Fiquei surpresa. Acho que ele pensava que eu era a dona da festa. Apenas sorri.

-Bom, acho que podem ficar ali. -Apontei o palco. -Qualquer coisa podem falar com os garçons, eles podem ajudar.

Eles assentiram e foram até o palco. Logo começaram a ensaiar e tocar lindas melodias com violino.

Me virei para Rebeca, que ria baixinho. 

-Ah, meu Deus! Senhora Nicholson! -Ela brinca. 

-Nem eu estou acreditando. -Rio em resposta.

-Eu preciso ir ao banheiro.

-Mas as pessoas estão chegando. -Digo.

-É rápido.

Precisa-se de uma esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora