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Liam

-Transou com ela? -Paul pergunta, assim que alcançamos o primeiro andar.

-Não é da sua conta. -Resmungo, seguindo até meu escritório.

-Vocês estavam quase se pegando. - Ele analisa, rindo. Então fica sério. -Puta merda, você tá gostando dela.

Aquilo faz alarmes soarem na minha cabeça.

-Fala baixo. Ela está no andar de cima. -Fico nervoso de pensar que ela pode estar ouvindo.

Lizzy não gostaria de mim. Em menos de um dia de casado brigamos e, depois, passamos o resto do tempo meio que distantes. Não havia motivos para ela se interessar verdadeiramente por mim, mas eu sentia que poderia mudar aqui. Não. Eu iria mudar aquilo. Sim.

-Ela também gosta de você. Tá bem na cara. -Paul diz, rindo.

-Não está na cara, nada. -Cruzo os braços. -O que veio fazer aqui?

-Pedir emprestado seu retroprojetor.

-Pra quê?

-Trouxe uma garota. Ela quer assistir um filme. -Ele explica.

-Você disse que só assistem filmes quando querem tran... -E eu entendi.

-Exatamente...

-Por que vocês só não transam?

-E por que vocês (Ele indica o andar de cima) não transam?

-É uma situação bem diferente. -Pego o retroprojetor. -Eu e a senhorita Elizabeth, é profissional. -Franzo o cenho. -Devolva amanhã. Sem arranhões.

-Sim, senhor. E boa noite.

-Tchau. -O enxoto.

Volto para o andar se cima onde ela ainda estava no banheiro. Espero, ainda nervoso. Ela estava tomando banho. Eu esperaria... esperaria ela ensaboar seu corpo e a água escorrer por suas curvas... A curva dos seios, da cintura... as nádegas! ... uma ereção apareceu como mágica. Péssima hora. 

 A água do chuveiro desligou. Não havia jeito, embora eu tentasse esconder, aquela protuberância ainda era visível o suficiente para se considerar pouco decoroso, então, antes que Lizzy abrisse a porta e me chamasse de tarado, virei de costas.

-Já pode entrar. -Ela diz, saindo. Indo para um lado do quarto. Passei pelo lado oposto, ainda de costas para que ela não visse. Que vergonha!

-Obrigado. Eu vou tomar meu banho agora.

E bati a porta.

Droga, droga, droga. Dei um tapinha na protuberância, o que teve o efeito contrário. Decidi apenas seguir minha rotina de cuidados dentais. Pensando em evitar o ecossistema microbiano na minha boca, e não na mulher enrolada na toalha do lado de fora. Dobrei as roupas e guardei no cesto. Tomei um banho gelado e coloquei a toalha na cintura. Diminuiu um pouco. Foi o melhor que consegui.

Assim que saí, ela estava sentada na beira da cama. E seu rosto pareceu adquirir um tom mais vermelho.

-Você... -Ela começa, mas as palavras somem enquanto ela olha para aquilo que tento cobrir a todo custo.

-Me desculpe. -É o que consigo dizer.

-Está tudo bem. -Ela assente e desvia os olhos.

Ótimo. Ela vai pensar que sou um tarado. Pego o pijama, voltando para o banheiro.

Precisa-se de uma esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora