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Liam

Lizzy: Boa noite :)

Liam: Boa noite

Coloquei o telefone na cabeceira da cama e continuei olhando para o teto.

Era difícil, realmente difícil me acostumar com algo e, surpreendentemente, eu havia me acostumado com Lizzy, ali ao meu lado, emanando calor do seu corpo pequeno, enquanto suas pernas largas me envolviam e seus braços se apoiavam ao meu peito.

Eu jamais pensaria que um dia sentiria falta de algo remotamente parecido com isso. 

Mas ela estava na casa da avó dela. Trabalhando

Com aquele piquenique é óbvio que iria se sentir sobrecarregada. Eu imaginava aquilo.

Mas a ausência dela, o espaço que tinha agora na cama... aquilo era sufocante. 

Me levantei e sentei na borda da cama, esfregando os olhos. Comecei a andar pelo quarto. Alcancei a maçaneta e desci as escadas até a sala. Estava com apenas uma luz fraca; Joana devia ter apagado as luzes antes de se deitar. Realmente já era tarde.

Andei pela cozinha e liguei a torneira, enchendo um copo e me servindo de água. Dei quatro goles até esvaziar o copo. O lavei novamente, peguei um guardanapo, o sequei e devolvi para o mesmo lugar de onde tirei, alinhado aos demais copos idênticos.

Fui até a geladeira. Geralmente a geladeira era verde e branca, com algumas poucas frutas e verduras coloridas. Mas me surpreendi e um sorriso me cobriu os lábios quando vi que tinham vários pedaços de bolo, tortas cobertos de chantilly, e alguns cookies com gotas de chocolate. 

Peguei um cookie por fim. 

Me senti à mesa, sorrindo. Se alguém, algum dia, me dissesse que cookies e bolos e tortas estariam cobrindo prateleiras da minha geladeira, onde só tinha alface e peito de frango e ovo, eu com certeza diria que estava louco, mas veja hoje...

Depois que devorei o cookie, limpei a mesa da copa, deixando tudo em seu devido lugar, voltei para a sala. Algumas revistas de confeitaria estavam ali. Sorri, mas continuei seguindo.

Fui até a varanda do apartamento.

Nunca me dei conta de que era linda a vista. Eu quase nunca parava em casa. Mas Lizzy, sempre que chegava cedo, ficava ali, admirando a vista e o pôr do sol. Com seus cabelos cor-de-fogo esvoaçando com o vento.

Lizzy...

Por Deus! Eu estava completamente louco e viciado naquela mulher.

Disse que não me apaixonaria. No começo eu realmente acreditei que algo assim seria improvável. Provavelmente impossível!

E aqui estava eu. Com uma saudade no peito, insônia e só conseguia pensar nela.

Nas pequenas coisas que ela tinha mudado na minha vida em um curto espaço de tempo. Nas pequenas coisas que me fizeram amá-la, como amo hoje. Essas coisas que eu reclamei e não gostei no começo; seus cremes no banheiro, a roupa bagunçada no cesto de roupa suja (roupa muito colorida, aliás), os pijamas de animais e comidas...

Abri a porta do apartamento fui até o outro lado. O único apartamento que dividia o andar com o meu. Bati à porta e um Paul ranzinza abriu.

-Liam, são três da manhã! -Diz ele, olhando para o pulso, onde devia ter um relógio, mas que estava vazio.

-Mas você me atendeu. -Retruco.

-Porque você bateu à portar. -Diz, me dando espaço. -Entra logo. 

Precisa-se de uma esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora