— Acho que ele quer te matar – Hongseok riu.
— Primeiro crime passional da Crossroads – Yuto falava enquanto comia uma maçã – Estão preparados?
Meu olhar encontrou com o de Jinho. Estava sentado sozinho em uma mesa afastada, com o olhar tão frio e cheio de mágoa que me causou um arrepio na espinha. Desde aquele dia na aula de pintura ele se afastou completamente, como se nunca tivesse conhecido nenhum de nós.
Era compreensível, eu sei, mas eu não queria que tivesse tido um impacto tão negativo. De fato eu cortei o mal pela raiz, mas isso não queria dizer que não podíamos ser amigos. Me sinto um pouco mal quando penso que talvez tenha sido radical demais.
— Não vai – respondi – Ele não tem cara de assassino.
— Mas tem de stalker – disse Soojin – Faz alguma diferença?
— Parece que o Minho deu um murro na cara dele – Yuto gargalhou enquanto comia – Mas foi só um fora, não foi?
— Foi – Hongseok respondeu por mim e pegou uma rosquinha da minha bandeija de café da manhã – A situação estava ficando sinistra, Minho fez o certo.
— Agora temos um inimigo, então? – Yuto perguntou.
— Não era pra ser assim, eu não queria ter sido rude – respondi – Mas ele estava sendo estranho demais.
— Todos que entram aqui tem problemas psicológicos, Minho. Com certeza Jinho também tem um que envolva traumas amorosos, não se culpe por isso – o enfermeiro me consolou dando tapinhas no meu ombro.
— Tem razão – disse Soojin enquanto ria – Já viu algum viciado ser feliz?
— Yuto é feliz – Wooseok respondeu. Era a primeira frase que ele falava desde que nos sentamos na mesa.
A situação estava ficando mais complicada, e eu percebi quando ele começou a passar mais tempo em silêncio do que falando alguma coisa, como na época em que nos conhecemos. Por isso, quando ouvimos sua voz todos os olhares da mesa foram pra ele, orgulhosos e felizes por sabermos que ele pelo menos estava ouvindo a conversa.
Yuto sorriu, passou a mão por trás de Soojin pra conseguir alcançar o cabelo de Wooseok e bagunça-lo, fazendo o garoto segurar o riso e fingir estar irritado.
— Você me adora, não é? Pode falar, é meu aniversário hoje.
— Tá – revirou os olhos – Adoro sim, mas não amo não.
— Tudo bem – riu – Posso viver com isso.
Esbarrei o braço em Hongseok de propósito, aproveitando o momento de distração de Yuto.
— Ela já está trazendo? – sussurrei.
— Eu vou lá apressar aquela velha chata – fez cara de raiva antes de se levantar.
Desde que Soojin disse sobre o aniversário de Yuto, passamos dois dias negociando um bolo de aniversário com a chefe de cozinha. No começo, negaram dizendo que não podiam fazer um bolo pra todos os pacientes comerem, e depois de muita insistência conseguimos negociar uma pequena festa escondido dos outros.
Assim que todos os pacientes saíram do salão, Hongseok se levantou pra ir até a cozinha. Enquanto Yuto tagarelava e irritava Wooseok, o bolo era trazido pelas mãos do enfermeiro com muito cuidado enquanto Hui caminhava empolgado ao lado dele.
— É aqui que tem alguém fazendo vinte e três anos?
Os olhos de Yuto se arregalaram, sem conseguir acreditar. O bolo de glacê verde e o nome Yuto escrito em azul foi colocado sobre a mesa, e assim que o choque dele passou seu rosto se iluminou com um sorriso gigante. Ele bateu palminhas e seus olhos brilharam tanto que pareciam ofuscar todo o resto.
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- 𝙇𝙊𝙑𝙀'𝙎 𝘼𝘿𝘿𝙄𝘾𝙏; (𝑚𝑖𝑛𝑠𝑢𝑛𝑔)
FanfictionLee Minho tinha certeza sobre três coisas: 1: era um fracassado; 2: teria uma overdose antes dos vinte e seis; 3: nunca seria feliz. Minho pensava que o maior problema da sua vida era ser um viciado, mas em uma noite de sexta-fera, sua opinião mudou...