Em toda a minha vida, eu nunca pensei que ia me deparar com um cenário como aquele.
Minha casa cheia de pessoas entrando e saindo, um bebê chorando, uma bagunça enorme de caixas com roupas e sacolas de supermercado, um Bang Chan e um Jeongin se beijando, e Jisung reclamando de alguma coisa no fundo.
Todas aquelas coisas acontecendo ao mesmo tempo me fizeram perceber, que, essa era a vida que eu sempre quis, e nunca percebi.
Bang Chan, que se tornou muito mais que um amigo, agora era como um irmão. O mesmo sentimento permanecia no meu coração quando se tratava de Jeongin, que passava o dia todo comigo enquanto Jisung trabalhava, que me contagiava com seu bom humor inacabável e irritante, e cuidava de mim quando nunca teve obrigação nenhuma.
Jisung, a pessoa com quem eu queria passar o resto da minha vida, e que me fazia mais feliz do que qualquer outra coisa, agora, tinha me dado o melhor presente.
Dongyul, que era pra ser meu cunhado, era como um filho, alguém que eu queria cuidar e ver crescer, e ser pra ele o que ele precisasse que eu fosse. Um pai, um amigo, ou outro irmão.
Enquanto guardava as compras do supermercado no armário da cozinha, observando meus dois melhores amigos sujos de tinta azul, pintando o quarto de Dongyul, e vendo como Jisung franzia o cenho irritado quando via a quantidade de roupas que tinha que guardar com Dongyul chorando no seu colo, eu finalmente percebi.
Desde que minha mãe morreu, eu nunca tive um lar, agora, eu tenho muito mais do que isso, tenho uma família.
— Minho, me ajuda! – Jisung resmungou com a voz manhosa – Vai dar mamadeira pro Dongyul enquanto eu organizo essa bagunça.
Eu peguei o bebê no colo, só faz alguns dias desde que o conheci, mas Jisung me ensinou como pega-lo direito e agora não sinto mais medo de derruba-lo.
— Dongyul-ah, você grita demais, huh? – brinquei quando o choro dele era tão alto que doía meus ouvidos.
Esquentei a água no fogão usando apenas uma mão, e misturei no pó do leite artificial que Jisung comprou no supermercado, colocando na mamadeira e sentando Dongyul no meu colo, antes de deixa-lo agarrar o bico e colocar suas mãozinhas na mamadeira.
Pega-lo no colo e amamenta-lo eram, por enquanto, as únicas coisas que Jisung tinha me ensinado a fazer. Dongyul ficou sob os cuidados meus e de Jeongin até que Jisung conversasse com os pais, empacotasse a mudança, e pedisse uma folga no serviço pra trazer tudo pra cá.
Eu não pude ajudar muito. Ainda tenho fraqueza, tremores, vômito e dor, e Bang Chan não deixou que eu ajudasse a carregar as caixas, nem pintasse o quarto por conta do cheiro forte da tinta.
A única coisa que fiz foi sacar dinheiro da herança no banco, e pedir pra Jeongin ir com Jisung no supermercado e comprar tudo que precisasse, porque sabia que ele teria vergonha de gastar meu dinheiro.
Jisung ainda era muito apegado aos pais, e insistiu em dizer que eles não eram as pessoas que eu conheci, e que no fundo, ainda o amavam, e eu não duvidei disso.
Nosso combinado foi que ele usasse seu pagamento pra cuidar dos pais, pagando o aluguel, comida e contas da casa, não comprar mais bebida e tentar convence-los a parar com o álcool. Enquanto isso, eu cuidaria dele e de Dongyul, a nossa pequena família que agora tinha ganhado mais um membro, depois que o pai de Jisung deixou claro que não queria cuidar do próprio filho.
No fundo, eu gostei disso. Dongyul era muito mais amado por Jisung do que por ele, e se me arrisco dizer, também sinto que amo Dongyul da mesma forma que seu irmão.
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- 𝙇𝙊𝙑𝙀'𝙎 𝘼𝘿𝘿𝙄𝘾𝙏; (𝑚𝑖𝑛𝑠𝑢𝑛𝑔)
FanfictionLee Minho tinha certeza sobre três coisas: 1: era um fracassado; 2: teria uma overdose antes dos vinte e seis; 3: nunca seria feliz. Minho pensava que o maior problema da sua vida era ser um viciado, mas em uma noite de sexta-fera, sua opinião mudou...