13. EVERYBODY DIES IN THEIR NIGHTMARES

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— Meu Deus – resmunguei – Como faço isso?

O choro de Dongyul fazia meus tímpanos tremerem, suas perninhas chutavam o ar e a pele do seu rosto estava vermelha de tanto chorar. Eu já tinha dado leite e remédio pra cólica, a única coisa que faltava era trocar a fralda dele, mas quando abri o pacote e peguei uma delas na mão eu percebi que não fazia ideia de como fazer isso.

— De que lado é? – falei sozinho – Calma Dongyul, eu estou me esforçando.

Procurei na embalagem alguma instrução, mas não havia nenhuma, e Dongyul parecia estar com frio o que me deixou ainda mais desesperado.

— Hannie? – gritei – Me ajuda aqui!

Jisung apareceu alguns segundos depois, com o cabelo molhado e bagunçado enquanto abotoava a dólmã pra ir pro trabalho. Quando ele viu a situação, acabou rindo e me deixando um beijo na bochecha como se tivesse achado fofo o meu pânico e desespero.

— Meu amor, eu já expliquei pra você um total de trinta vezes – sorriu sarcástico – A parte da aba é embaixo, entendeu?

— Tá – obedeci ele e levantei as perninhas de Dongyul colocando a fralda com um cuidado extremo – Assim tá bom?

— Perfeito – agarrou minha cintura e me deu um selinho.

Mesmo atrasado, Jisung me ajudou a colocar o macacão em Dongyul, e o enrolou em um cobertor colocando-o no meu colo, fazendo ele finalmente parar de chorar.

Eu olhei pro bebê, seus olhinhos iguais aos de Jisung tinham algumas lágrimas no canto, mas seu rosto já estava calmo e tranquilo, pronto pra dormir de novo.

— Você acha que ele vai gostar de mim? – perguntei enquanto o olhava com um sorriso.

Jisung, que estava distraído enquanto guardava os lenços umidecidos e o pacote de fraldas, me olhou com um sorriso de amor.

— Ele já ama você – respondeu – Não percebeu que quando ele chora a noite só você consegue fazê-lo dormir?

— É verdade – sorri – Mas ele só deixa você dar banho.

— É porque ele ama nós dois – abraçou minha cintura e deu um beijinho no bebê – Quando eu conseguir a guarda definitiva de Dongyul, nós vamos ficar juntos pra sempre.

Apesar da ideia ainda me assustar, tenho um pouco mais de confiança quando penso em conseguir me livrar do vício pra que aquela ideia se concretize. Vivendo com Jisung e Dongyul por apenas alguns dias, foi o suficiente pra que eu entendesse que queria viver o resto da vida assim, e que nenhuma outra vida seria melhor ou mais feliz do que essa.

— Mas até lá eu preciso trabalhar, e estou atrasado pra pegar o ônibus – me deu vários beijinhos e beijou a bochecha gordinha de Dongyul – Volto mais tarde, não esquece de tomar suas vitaminas.

Deixei um beijo na bochecha dele e me despedi, balançando o bebê no meu colo enquanto Jisung pegava sua mochila e fazia um tchauzinho na porta.

Eu me sentia mal toda vez que Jisung saía pra trabalhar, mas sabia que meu corpo e minha mente não estavam em bom estado pra fazer o mesmo, e além do mais, alguém precisava ficar com Dongyul porque Bang Chan e Jeongin não fariam isso pra sempre. Então, eu prometi a Jisung no dia anterior que arrumaria um emprego assim que estivesse saudável, já que a herança não ia durar pra sempre, e agora eu tinha uma família pra sustentar.

Coloquei ele no berço e diminui a luz do abajur, logo depois indo até a cozinha pra tomar os remédios antes que esquecesse e levasse uma bronca de Jisung.

- 𝙇𝙊𝙑𝙀'𝙎 𝘼𝘿𝘿𝙄𝘾𝙏; (𝑚𝑖𝑛𝑠𝑢𝑛𝑔)Onde histórias criam vida. Descubra agora