- Você é um pedaço de merda - dei ênfase em cada sílaba e cuspi cada palavra - Quer dizer, um pedaço de merda ainda é melhor que você!
Ele riu com deboche, não parecendo se importar muito com o que eu tinha pra falar, e se divertindo ao ver que eu me queimava no fogo da minha própria raiva.
- Eu não sei o que o Jisung viu em você, sinceramente.
- Ele viu o que você não tem, óbvio - riu cínico - Saúde mental, física, e amor pra dar, mas você provavelmente não sabe o que é isso.
Eu gargalhei. Pensando bem, era divertido conversar com ele.
Há pessoas estúpidas e pessoas estúpidas de merda. As pessoas estúpidas que tem consciência de que são estúpidas, acabam não sendo tão estúpidas assim, já as que não sabem que são ou fingem não saber, se tornam estúpidas de merda.
Changbin é um estúpido de merda.
- E por acaso você sabe? - senti minha barriga doer de tanto rir - Ou acha que comer esse merdinha todo final de semana é amar alguém de verdade?
Felix arregalou os olhos, e apertou ainda mais a mão no braço de Changbin que estava sentado ao seu lado, tentando protege-lo com o corpo.
- Você não sabe nada sobre mim - se escondeu atrás dele, achando que eu fosse sujar minhas mãos com esse sangue ruim.
- O que eu sei é o suficiente - respirei fundo, pronto pra falar tudo que guardava - Você abandonou Jisung quando ele mais precisava de um amigo, e pra piorar, começou a namorar a pessoa que ele gostava. Isso já te faz ser uma das pessoas que eu mais desprezo no mundo.
Quando Felix franziu o cenho se sentindo magoado, Changbin sorriu, satisfeito ao me ver perdendo a compostura e esperando ansiosamente pra que aquela conversa terminasse em sangue e violência de novo.
Meu corpo tremeu, minha cabeça estava tonta e a pressão sanguínea provavelmente alta, devido ao nervoso extremo e a explosão de raiva que eu segurava.
- De qualquer forma, não era pra ser. Jisung não faz o meu tipo, ele é tosco, emocional, e virgem. O prato perfeito pra solitários com algum tipo de problema psicológico ou dependência, igual você.
Engoli em seco. A forma nojenta que ele falou de Jisung fez meu sangue ferver, e nem mesmo me importei em como ele se referiu a mim, afinal de contas, não era de todo mentira.
- Eu não vou estragar ele - soltei o ar com força e meu corpo ficou fraco - Eu não sou assim.
- Você disse a mesma coisa pra sua mãe.
Meu coração batia na garganta, a respiração incontrolável e minhas mãos fechadas em punho me segurando pra não partir pra cima dele mais uma vez, e não quebrar a promessa que fiz a Jisung.
- Vai ser diferente agora. Ele gosta de mim, ele vai me curar.
- O amor não cura ninguém, não seja idiota - gargalhou - Se caso ele tenha cometido o erro de amar você, o que eu acho impossível, ele não vai te tirar do buraco que você está agora.
- Ninguém nunca amou você, você não sabe nada sobre isso.
- Eu não preciso saber, eu vejo nos seus olhos, Minho - seu rosto se aproximou do meu - Você treme de medo por dentro porque sabe que o amor não cura o vício, e o Jisung não vai curar você. A única pessoa que pode te curar é você mesmo, e é por isso que você chora durante a noite. Você sabe que não vai conseguir. Você vai decepciona-lo.
- É mais fácil desistir, vai poupar seus esforços - outra voz veio de trás.
Quando olhei, a mulher parada no corredor tinha a pele arroxeada, a boca em um tom escuro e os olhos fundos.
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- 𝙇𝙊𝙑𝙀'𝙎 𝘼𝘿𝘿𝙄𝘾𝙏; (𝑚𝑖𝑛𝑠𝑢𝑛𝑔)
FanfictionLee Minho tinha certeza sobre três coisas: 1: era um fracassado; 2: teria uma overdose antes dos vinte e seis; 3: nunca seria feliz. Minho pensava que o maior problema da sua vida era ser um viciado, mas em uma noite de sexta-fera, sua opinião mudou...