Capítulo Doze

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Hoje era o meu último dia em Casina, já tinha me despedido da senhora da pensão e colocado minhas bolsas no meu cavalo.

Calvaguei até o beco, entrei no mesmo e não demorou um segundo até Mikael aparecer.

- Vou voltar para Araven hoje.

- Infelizmente.- colocou as mãos dentro do seu sobretudo preto.

- Obrigada por me mostrar Casina.

- Foi uma honra. Podemos continuar nos falando.

- Não acho que seja uma boa...

- Depois dessas três semanas você ainda duvida de mim?- suspirei.

- Qual a sua ideia?

- Vamos nos comunicar por bilhetes mágicos.- eles eram usados na época que os reinos ainda eram unidos.

- Eles são ilegais.

- Ainda não está acostumada em quebrar as regras?

- Tudo bem.- ele sorriu fraco.- Então Adeus.- Mikael segurou minha mão e beijou as costas da mesma, seus lábios eram quentes contra minha pele.

- Adeus Kathryn.- subi no meu cavalo e olhei para trás, Mikael acenou e sumiu pelas sombras do beco.

Eu calvaguei durante a noite, os campos iluminados apenas pela luz da lua. Os guardas me deixaram passar e novamente eu estava do meu lado da muralha.

A rua estava silenciosa e calma, então eu calvaguei até minha casa. Deixei meu cavalo no estábulo descansando pelo resto da noite, peguei as bolsas e fui para a minha casa.

Fechei a porta de casa e suspirei aliviada.

- Lar doce lar.- digo subindo as escadas até o meu quarto.

Coloquei algumas roupas para lavar, outras guardei no armário, as armas eu guardei no quarto de armas. Depois tomei um banho para lavar a poeira da viagem.

Passei as mãos tirando o xampoo da minha cabeça, olhei para a minha mão direita me lembrando do beijo que Mikael deu na mesma, balancei a cabeça e deixei a água gelada cair no meu rosto.

Pare de pensar nisso.

Sai do banheiro com meu pijama e secando o cabelo com uma toalha, quando eu vi um bilhete se materializar na minha escrivaninha.

Já está sentindo minha falta, assassina?

Segurei o pequeno papel amarelado, peguei uma caneta e tinta para responder.

Como soube onde eu morava?

O bilhete sumiu e segundos depois reapareceu.

Essa é a graça dos bilhetes mágicos, eu pensei em você e o bilhete apareceu para você.

Não, eu não senti a sua falta.

Assim você machuca os meus sentimentos, Kath.

Sorri fraco e o bilhete sumiu da minha mão.

Mas sinto que você está mentindo.

Não estou.

Sei.

O bilhete sumiu novamente e eu sai do meu quarto para fazer meu jantar.

A muralha entre reinosOnde histórias criam vida. Descubra agora