Capítulo Nove

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Acordei com a luz do sol entrando pela janela do meu quarto. Me sento na cama sentindo um pouco de dor de cabeça, por sorte eu lembrava da noite anterior.

Eu lembrava das bebidas que eu e Mikael tomamos, das risadas, das conversas e dos olhares. Mas não houve nada mais, graças aos céus, eu nem sei porque eu ainda estou dando bola para ele.

Me levantei cambaleando, tomei um banho gelado e coloquei um vestido para tomar café. Desci as escadas e sentem em uma das mesas.

- Noite longa?- a senhora disse enchendo minha xícara de café amargo.

- Com bebidas, obrigada.- tomei um gole do café amargo.

- Deseja uma sopa ou um chá para curar ressaca?

- Um chá seria bom.- a senhora deu batidinhas no meu ombro e se afastou indo para a cozinha.

Depois do café da manhã, passei o resto do dia no quarto procurando a arma perfeita para hoje à noite. Ao anoitecer eu tinha me vestido toda de preto, prendi meu cabelo em um coque baixo, cobri meu rosto com um capuz e um lenço tapando minha boca e nariz e luvas pretas.

Minhas armas ficaram na minha cintura. Sai da pensão pela janela do meu quarto, fazendo a noite como a minha aliada, corri pelos telhados sendo cuidadosa para não escorregar em nenhuma telha.

Me escondi no telhada da casa na frente da do lorde, as luzes estavam apagadas o que significava que já tinha dispensado os criados e tinha saído para sua última noite livre antes que sua esposa voltasse na manhã seguinte.

Me sentei perto da chaminé, nas sombras, me clamufando e esperei até a hora que ele voltasse.

...

Horas se passaram, olhei a torre do relógio do reino e o mesmo quase marcava uma da manhã, minha barriga roncava um pouco mas não deixaria que isso me atrapalhasse.

As ruas já estavam vazias apenas alguns casais voltavam para as suas casas e animais de rua mexiam em latas de lixo.

Meu alvo de aproximava da casa.

- Bem na hora.- ele entrou na casa e trancou a porta, esperei mais uma hora, vi as luzes da casa se ascenderem e apagarem.

Quando garanti que ele tinha dormido, pulei do telhado onde estava e atravessei a rua vazia, escalei e pulei o muro de tijolos da casa. Tinha uma sacada do antigo quarto da filha dele, atravessei a casa e subi em uma árvore e pulei para a sacada.

Usei a ponta de uma adaga para abrir a fechadura e entrar no quarto da garota, vazio apenas com os móveis cobertos por tecidos brancos. Destranquei a porta por dentro e abri dando de cara com o corredor escuro.

Se eu estava na parte de trás, então eu tenho que virar a direta que dá para o quarto dele.

Virei a direita em passos silenciosos e me deparei com a porta do quarto do casal, a porta não ficava trancada, então girei a maçaneta lentamente até ouvir o "click".

Abri a porta lentamente para não fazer ruído e Eric estava do jeito que eu imaginei, no sono profundo roncando nos lençóis de sua cama. Minha única iluminação era a luz da lua que vinha do lado de fora, rezei aos céus para que nada estivesse no chão para não tropeçar.

Fui para o seu lado da cama com a adaga nas mãos, respirei fundo vendo o homem respirar e roncar. Sem pensar muito, cortei sua garganta da esquerda para a direita, o homem acordou com os olhos arregalados e colocou as mãos tentando parar o sangue que escorria.

Não demorou muito para que ele caísse novamente na cama, as mãos com sangue e os olhos vidrados no teto escuro, troquei as luvas com sangue para um par limpo.

Tirei o lençol de suas pernas para que não parecesse que ele estava dormindo antes, facilitou que ele não usava pijama, usava as mesmas roupas que tinha saído e as botas caídas no chão.

Coloquei a adaga na sua mão direita e na cômoda ao lado da cama coloquei uma carta de suicídio que eu falsifiquei, no relatório que recebi, pude ver sua letra e copiar ela.

Fui para o seu escritório e peguei uma garrafa de whiskey, joguei boa parte da bebida fora para parecer que ele não estava sóbrio nas suas ações.

Fechei a porta do seu quarto, sai pelo quarto da filha trancando tudo, pulei a sacada, escalei o muro e pulei o mesmo. Voltei para a pensão e entrei pela minha janela, o quarto estava escuro e eu fui direto para o meu banheiro.

A muralha entre reinosOnde histórias criam vida. Descubra agora