Capítulo Trinta e Seis

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Entrei na sala, ela era grande e um tapete vermelho foi colocado por onde eu andava indo na direção da mesa do "altar", as janelas grandes davam para o reino que estava em festa, bandeiras por toda parte e música enfeitavam tudo.

Não conseguia ver muito mas vi que na sala tinha alguns ministros e ministras como testemunhas, Connie e Pietro estavam lá, Jean entrou depois e ficou ao lado da sua mãe e seu pai, Nila e Cassandra também estavam lá, não podia deixá-las de fora.

E Mikael estava lá, de frente para o altar, me olhando como se fosse a primeira vez que me visse. Ele estava impecável, as botas e calças eram pretas, o colete e casaco eram pretos com detalhes em prata, o cabelo jogado para trás.

Ele esticou a mão e eu a segurei ficando ao seu lado, na nossa frente tinha o sacerdote com o manto cor creme com vermelho.

- Bom, damos início a cerimônia.- primeiro um ministro se aproximou e assinamos nossos nomes em um documento.

Depois o sacerdote contou sobre os deuses antigos, Mikael segurou minha mão esquerda e a esticou para frente, entrelaçando nossos dedos, o sacerdote envolveu nossas mãos com uma fita dourada.

- Sobre juramento divino, um juramento com os deuses, vocês juram amar-se e respeitar-se?

- Juramos.- falamos juntos.

- Juram se ajudar nos piores momentos? Na alegria e tristeza? Na raiva e desespero?

- Juramos.- o laço dourado brilhava enquanto falávamos, depois ele parou de brilhar e o sacerdote o tirou. Separamos as mãos e mostramos as palmas das mesmas para o sacerdote onde ele desenhou com tinta sagrada um símbolo que só sairia quando o casamento fosse consumado, ele significava fertilidade, amor e parceria. A tinta secou rapidamente.

- Mikael Ivanov, você aceita Kathryn Krüger como sua esposa?

- Aceito.- coloquei a aliança grossa prata no seu dedo.

- Kathryn Krüger, você aceitar Mikael Ivanov como seu marido?

- Aceito.- Mikael segurou um sorriso e colocou uma aliança fina prata no meu dedo anelar, ficando perto do anel da sua família. Nos viramos para o sacerdote, novamente.

Ele colocou um cálice dourado na frente de Mikael, nele tinha um líquido escuro.

- Mikael Ivanov, você abdica de sua imortalidade?- Mikael respirou fundo e soltou o ar.

- Abdico.- o sacerdote fez um gesto com a mão indicando o cálice, Mikael o segurou e bebeu o líquido de uma vez. Depois colocou o cálice vazio na mesa, em segundos ele se encheu novamente mas agora com um líquido dourado. Mikael abriu os olhos novamente e piscou algumas vezes.

- Sua imortalidade se foi, você agora envelhecerá com uma pessoa humana, mas continuará com seus poderes. Você vai viver uma vida normal, como se tivesse começado aos vinte e cinco anos de um humano.

Ficamos de frente um para o outro, Mikael segurou minhas mãos.

- Pela bênção dos deuses, eu vos declaro marido e esposa, pode tirar o véu e beija-la.- Mikael tirou meu véu, o colocando na mesa e me deu um selar demorado.

Todos na sala comemoraram, a mãe de Jean chorava um pouco e até alguns ministros. Separei o beijo, Mikael colocou o braço na minha cintura e nos viramos para os nossos convidados que comemoravam.

Depois que eles saíram da sala junto com o sacerdote, eu e Mikael ficamos sozinhos esperando nos chamarem para a coroação.

Fui surpreendida com Mikael puxando minha cintura quase que colando nossos corpos e ele me beijou, não perdeu tempo e logo nossas línguas se tocaram, fechei os olhos e segurei a lateral do seu rosto.

Uma das minhas mãos caiu para o ombro dele, ele me beijava com intensidade, saudades de estar uma semana longe um do outro. Separei o beijo meio ofegante, ainda bem que o batom não saia dos meus lábios.

- Isso que é um beijo de verdade.- ele envolveu seus braços na minha cintura e eu envolta da sua nuca.- Você está linda nessa roupa.

- Obrigada...Como você se sente?

- Normal, não foi dolorido apenas...uma sensação estranha.

- Você não vai se arrepender?

- Pela milésima vez, eu não vou.- ri fraco e ele deu um selinho nos meus lábios.- Tenho uma pergunta.

- O que?

- Essa sua roupa é fácil de tirar?- deu um leve puxão do seu cabelo enquanto ria fraco. Dei um selinho demorado nos seus lábios.

- Chega, daqui a pouco vão nos chamar.- digo saindo dos braços de Mikael, ajeitei meu batom e cabelo.

Não demorou muito até que nos chamassem, um sacerdote ia na nossa frente e um grupo de cinco pessoas iam atrás, estava segurando o braço de Mikael.

Chegamos na frente do salão que estava cheio, nobreza e soldados estavam espalhados, havia dois tronos pretos nos esperando.

Andamos até perto dos tronos, Mikael foi primeiro, se ajoelhou e o sacerdote colocou a coroa na sua cabeça, ela era preta com cristais, os cristais se destacavam mais por causa do cabelo dele.

Mikael se levou e se sentou no trono, agora era minha vez.

Me ajoelhei com cuidado e o sacerdote colocou a coroa na minha cabeça, também era preta com cristais. Me levantei com cuidado e subi os degraus até o trono vazio ao lado de Mikael, onde eu me sentei.

Era uma visão diferente, eu nunca estive perto do trono, sempre perto das pilastras, dessa altura e o peso da coroa na minha cabeça, eu sentia o poder que tinha, e todos na multidão nos olhavam.

- Mikael Ivanov e Kathryn Krüger, vocês prometem serem leais ao reino e seu povo?- um ministro disse.

- Prometemos.

- Prometem serem monarcas justos e deixarão o reino em paz e harmonia?

- Prometemos.

- Então, assim seja. Vida longa ao rei e a rainha! Prosperidade a Adarlan!

- Vida longa ao rei! Vida longa a rainha! Prosperidade a Adarlan!- todos disseram juntos e depois bateram palma comemorando, deixava minha cabeça erguida e sorri fraco.

Depois eu e Mikael fomos para a carruagem aberta para passarmos pelo reino, com milhares de guardas na nossa frente e atrás, nos protegendo.

Nossas coroas brilhavam em nossas cabeças por causa da luz do sol, Mikael se sentou ao meu lado e segurou minha mão entrelaçando nossos dedos, a carruagem começou a andar saindo do castelo.

- Minha rainha.- beijou as costas da minha mão sem desviar o olhar do meu rosto.

- Meu rei.- rimos.

Começamos a acenar para o povo que comemorava na rua, alguns jogavam pétalas de rosas brancas para o alto, via a alegria das crianças nos ombros dos pais acenando para nós.

Iremos fazer Adarlan um reino melhor, um reino para todos.

Ou tentaremos.

Fim!

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Assim, chegamos ao fim de mais uma história.

Espero que tenham gostado e até a próxima!

Beijos

A muralha entre reinosOnde histórias criam vida. Descubra agora