Sintomas de amor

198 16 31
                                    

Delphine POV

— Ela está bem? — questionei deixando a bolsa na cadeira.

— Acho que não. — Marion respondeu dando um suspiro — Cosima anda trabalhando muito e o clima novo deve ter afetado o organismo — disse olhando para trás, conferindo se ela já tinha saído do banheiro — Acho que vou atrás dela.

— Deixa que eu vou lá —  suspirei e soltei a bolsa na cadeira, saindo em passos rápidos enquanto dava uma leve arrumada nos cabelos.

...

Cosima POV

— Porra — me apoiei no balcão de frente para o espelho e fechei os olhos, puxando o ar com força — Merda, Cosima. Se controla — levantei e comecei caminhar de um lado para o outro com as mãos na cabeça.

— Cosima? — uma voz me chamou após duas batidas na porta.

 Era ela. Era o sotaque dela.

— Merda — repreendi e suspirei, passando a mão pela roupa para tirar as rugas — Sim? — forcei firmeza na voz e me apoiei na pia novamente. 

Apenas ouvi a porta se batendo e sendo trancada precedendo o aroma doce do perfume daquela que era a minha perdição.

— Você está bem? — questionou se aproximando e logo assenti, rápido demais. Delphine levou a mão até meu rosto me fazendo respirar fundo —  Você está quente — disse mais baixo.

— Estou... — disse quase em um sussurro e fechei os olhos, sentindo o toque dela que não havia soltado meu rosto, pelo contrário emoldurou ele.

"Se controle Delphine" implorava em silêncio enquanto permanecia de olhos fechados, sentindo o toque macio de sua mão em meu rosto.

— Eu posso te ajudar a acabar com esse calor — disse em um fio de voz, pois estava perdendo as forças e eu abri os olhos. Sua pupila estava dilatada assim como a minha respiração ficava cada vez mais fraca — Eu posso te ajudar? — levou uma mão para a minha nuca e outra para a cintura, penetrando minha alma com o olhar.

— Por favor — abri a boca, puxando o ar por ali, já que só pelo nariz estava impossível. 

Delphine colou mais os nossos corpos, perigosamente até e me direcionou alguns passos para trás, chocando contra a pia — Você comeu algo que não devia, Niehaus? — questionou abrindo a torneira, umedecendo os dedos.

— Não que eu lembre —mordi o lábio e encarei sua boca bem desenhada perigosamente a minha frente. Senti a mão molhada e gelada de Delphine entrar em contado com a minha nuca, onde ela percorreu os dedos lentamente, fazendo minha pele se arrepiar.

— Se agarre em mim, Cosima — pediu ao sentir meu corpo fraquejar.

"Se agarrar ao iceberg responsável pelo naufrágio? Não Cosima"

— Não precisa — respondi direcionando o olhar para os olhos âmbar dela. 

Eles estavam negros, suas pupilas estavam dilatadas de uma maneira que eu não imaginava ser possível.

— Eu não vou cair — arqueei a sobrancelha, vendo Delphine abrir um sorriso de canto.

— A queda pode ser fatal, Niehaus — abriu a torneira novamente, umedecendo mais os dedos e voltou o olhar para mim — Quietinha — sussurrou e escorregou seus dedos, desde o pescoço até os meus lábios, onde tocou os puxando lentamente.

 Como resposta contraí as pernas e fechei os olhos, sentindo o toque frio dos seus dedos se misturando com a pele quente do meu rosto 

— Você ainda está quente, Niehaus.

Out Of LineOnde histórias criam vida. Descubra agora