Cosima POV
Me aproximei da mesa em passos vacilantes. Temia por encontrar os lugares vazios, em sinal de que ela teria se arrependido da breve e repentina decisão de tacar um foda-se em tudo, mas também temia em encontrá-la pois quem tinha tacado o foda-se era eu, e não sabia como agir agora. Não tinha ensaiado chegar nessa parte, tão longe.
Mas ela estava lá.
Vejo ela me encarar firme, e a vontade de correr se intensifica, mas como um imã me aproximo mais, vendo a sua sobrancelha arquear e um sorriso tímido surgir nos cantos dos lábios tão bem desenhados.
— Nossa comida chegou — desviou seu olhar do meu, pegando as talheres. — Tomei a liberdade de solicitar o acompanhamento de molho no seu também.
Agradeci e amaldiçoei ao mesmo tempo. Ela havia odiado e estava apenas sendo educada? Eu teria entendido tudo errado e agora vou precisar agir normalmente enquanto ela ri de mim internamente?
— Preciso me recuperar emocionalmente, você me surpreendeu — falou como se pudesse ler meus pensamentos e eu a olhei, vendo que seu olhar ainda estava focado na comida — De uma maneira boa — sorriu antes de me olhar rapidamente.
— Gosto do molho — sorri sentindo o aperto no peito sumir como uma nuvem.
Puxei a cadeira e me sentei, pegando as talheres para começar a degustar do prato escolhido pela mulher a minha frente, cuja perfeição divina se aplica.
— Como vai o andamento da obra? — me questionou limpando a boca delicadamente e pegou a taça, me olhando diretamente.
— Bom — terminei de engolir, beberiquei o conteúdo da minha taça e sorri delicadamente — Tirando as cantadas do Sr. Chevalier e Marion reclamando o dia todo — sorri com a brincadeira — Está indo bem, na verdade estamos em um ponto importante e que está prestes a me render dores de cabeça.
— Ferdinand continua o mesmo — disse com desdém e arqueou uma sobrancelha, levando a taça aos lábios. — E que ponto seria esse?
— Contato com os engenheiros — sorri negando com a cabeça — Se acham os donos da razão.
— Passo o mesmo com os cirurgiões mais velhos — sorriu descansando a taça sobre a mesa — Não aceitam ordens nem opiniões.
— Você é neurocirurgiã né? — questionei interessada e ela assentiu — Então você entra na cabeça das pessoas.
— Acho que sim — sorriu delicada e me olhou com curiosidade — Entro?
— É, eu acho que sim — correspondi seu sorriso sem desviar olhar.
Eu estava entregue, mas algo naquele olhar me alertava do perigo que seria. Algo nela me dizia que era proibido.
E o proibido é sempre mais gostoso!
— Vamos comer ou vai esfriar — falei pegando as talheres e foquei o olhar no prato .
— Cosima... — desgustou do meu nome e a olhei novamente.
Nossa senhora da sapatão, que olhar é esse e por que raios sinto um calor no meu corpo inteiro?
Okay já sei, mas como faz para parar?
— Sim... — respondi sem coragem e dei um pigarro.
— Por que eu? — sua voz estava falha e eu senti uma ponta de insegurança e expectativa.
Ela esperava uma resposta como se sua vida dependesse dela.
— Desculpa, não entendi — sorri nervosa, tentando ganhar tempo para raciocinar e formular uma resposta.
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Out Of Line
Fanfic- O que você viu nela? - A parte que faltava em mim... Querer controlar o futuro é ter a certeza de se frustrar, porque as coisas nunca acontecem exatamente como imaginamos. Acreditar em destino é depositar todas as expectativas em algo incerto. Seg...