É claro que a vida joga sujo muitas vezes. No começo do dia nunca temos a mínima ideia de como ele vai terminar. Não sabemos se vamos sorrir ou chorar. Possivelmente os dois, mas sempre um vai sobressair o outro.
Hoje, após meu primeiro dia de trabalho aqui em Paris posso definir o dia como bom. Não foi o melhor, definitivamente eu ainda tenho muito o que viver aqui, afinal são só três dias na cidade luz e apenas um socializando com alguém além do porteiro.
Mas eu sinto que o dia ainda não acabou.
Andando pelo corredor do meu andar em direção a minha porta, converso com Felix por vídeo chamada enquanto tento achar as chaves dentro da bagunça que é a minha bolsa.
Achei, ponto para Cosima.
— Estou sem ânimo para sair, Fee — assumo tentando acertar o buraco da fechadura.
10 a 0 para a porta.
— MERDA — bufo o fazendo rir. — Vai rindo, vai. — resmungo finalmente conseguindo acertar o buraco.
Giro a chave e abro a porta, me deparando com o apartamento escuro e frio. Bato a porta e encaro minha realidade miserável.
— Eu sinto sua falta — digo sem olhar diretamente para a câmera.
— Nada que algumas doses de álcool não resolvam isso, mas sem exageros por favor. — pede preocupado fazendo um bolo se formar na minha garganta.
O flashback do dia que fui afundar a dor no álcool invadiu minha mente, me lançando em uma agonia extrema.
— Eu não posso te perder — se pronunciou percebendo meu silêncio — Isso seria demais para mim.
— E não vai — respondo com a voz embargada, mas abro um sorriso vendo ele sorrir do outro lado da tela. — Acabei de chegar em casa.
— Vou exigir um tour pelo apartamento, mas outra hora. Você precisa se arrumar. — usou de um tom firme, como quem estivesse me obrigando.
— Mas eu não sei se quero realmente ir. — jogo as chaves de casa na mesinha e me direciono para o quarto.
— Quer sim — diz convicto — Você não é uma velha, Cosima — resmunga me fazendo rir.
— Tá, eu vou — me rendo ao indiscutível — Mas você precisa me ajudar com a roupa.
— Com prazer — se anima — E capricha na lingerie — debocha me fazendo o fuzilar com olhar.
— Acha que aquele vestido que usei no aniversário da Alison combina com o salto que você me deu? — pergunto me direcionando para o armário.
— Darling, aquele salto combina até com a batina do papa — fala de maneira divertida me fazendo rir — Mas você está com o pé machucado, então nada de salto. Eu preciso desligar, mas assim que você estiver pronta mande foto.
— Sim, Senhor Dawkins — pego o celular novamente, sorrindo para a imagem distorcida dele na tela — Amo você.
— Não mais que eu — manda beijo e sorri — Arrasa sua gay. E nada de sapato de salto alto — repreende com olhar duro e fazendo rir.
— TCHAU — abro um sorriso e desligo, deixando o aparelho sobre a cômoda — Está bem, Cosima. Isso não deve ser difícil — suspiro e encaro as roupas, montando um look na cabeça.
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Out Of Line
Fanfic- O que você viu nela? - A parte que faltava em mim... Querer controlar o futuro é ter a certeza de se frustrar, porque as coisas nunca acontecem exatamente como imaginamos. Acreditar em destino é depositar todas as expectativas em algo incerto. Seg...