Meu nome é Delphine Cormier

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Delphine POV

Observei Paul se distanciar após me deixar na porta do hospital com a promessa de me buscar para o almoço.

Aproveitei para prender o meu cabelo antes de entrar no hospital e o arrumei todo pra cima, deixando boa parte dos cachos pendurados em um rabo de cavalo que iriam para dentro de uma touca dali alguns minutos.

Ao entrar, assinei minha entrada na recepção da enfermaria e preenchi alguns papéis referentes a última cirurgia que realizei e recebi atualizações dos meus casos fixos, realizados pela enfermeira que ficou de plantão durante a noite anterior.

- Bom dia. - disse Scott ao se aproximar de mim.

- Bom. - o olhei rapidamente, distraída pelos papéis que lia. Ele me pegou de surpresa - Dia. - sorri grande para Scott que me olhava com uma sobrancelha arqueada.

- Preciso perguntar ao que se deve esse bom humor todo? - ele sorriu de canto e se virou para a chefe dos enfermeiros - Amélia, aqui está meu relatório. - entregou as folhas para a recepcionista e voltou me olhar como se esperasse uma resposta.

- Não me lembro de dever satisfações a você, Sr. Smith - bati os papéis no balcão os alinhando e segui até o elevador com destino a minha sala. Precisava organizar meus relatórios e visitar meus pacientes.

Permaneci sentada na minha sala revendo o prontuário médico dos meus pacientes habituais, além do gentil senhor Carl, que tinha seus experientes 70 anos, eu também acompanhava o quadro clínico da senhora Parker. Super educada, sempre com um simpático sorriso no rosto, e com um neto que ela insiste em me apresentar.

Mas minha cabeça e corpo não conseguem aceitar outra pessoa. Meus pensamentos tem um destino totalmente pecaminoso.

Permito que minha mente divague e repito os flashs de mais cedo.

Os lábios carnudos e doces de Cosima, seu sorriso, seu cheiro inebriante que me preenchia até a alma. Eu ainda podia sentir o sabor de seus lábios tocando os meus, a textura quente e macia de sua pele, as mãos habilidosas que me tocavam as partes certas para atingir meu mais íntimo desejo.

Sem perceber mordo o lábio e apoio o cotovelo sobre a mesa, enquanto minha cabeça vai tombando para trás. Sinto um calor subir por todo meu corpo, me fazendo suspirar pesado e apertar minhas mãos com força.

Como se eu fosse tirada de um sonho, sinto meu corpo ser jogado contra o abismo do constrangimento quando a voz de Adele preenche meu consultório.

- Espero que não esteja tendo um orgasmo pensando nesses exames neurológicos aí - Adele disse parada no batente da porta - Posso entrar?

- Claro. - eu sorri e apontei para a cadeira a minha frente. Tentava transmitir naturalidade, mas estava sendo quase impossível até para mim - Posso lhe ajudar?

- Então Dra. Cormier, ao que deve seus longínquos pensamentos? - se encostou na cadeira de forma desleixada, me olhando com deboche. - Encontrei meu irmão e ele disse que você está de bom humor hoje.

- Não começa. - eu a olhei firme e suspirei começando a juntar os papéis da mesa - O que está insinuando?

- Você não sabe disfarçar. Mas não é a única que suspira por Cosima Niehaus. - disse de forma natural, mas aquele nome pareceu ter sido absorvido de forma lenta por mim.

Ele me parecia doce e eu estava completamente perdida.

- Todas se derretem e suspiram por uma pessoa tão comum. - eu ri guardando os relatórios na gaveta - Acha que farei o mesmo? Claro que não. - fui firme.

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